Pular para o conteúdo
Brasil

Crianças indígenas entregam manifesto pelo meio ambiente a ministras

O documento foi entregue durante o último dia da 21ª edição do Acampamento Terra Livre, maior mobilização dos povos originários do Brasil
Agência Brasil -
Agência Brasil

Um grupo de crianças de diferentes etnias e regiões do país entregou a representantes do uma carta cobrando medidas efetivas de proteção ao e de enfrentamento às mudanças climáticas. O documento foi entregue durante o último dia da 21ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL), maior mobilização dos povos originários do .

“Nossas florestas estão sendo desmatadas e feridas e nossos rios estão ficando secos e poluídos. Estão acabando com tudo o que a gente conhece, ama e respeita”, lamentam as crianças no manifesto entregue às ministras dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, e do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva.

O texto do documento foi escrito com a colaboração de crianças não indígenas e o auxílio de alguns adultos que acompanhavam as crianças no Cafi Parentinho, um espaço especialmente dedicado ao público infantil presente no Acampamento Terra Livre, que, este ano, reuniu entre 6 mil e 8 mil indígenas de 135 etnias de todo o país. O evento começou na segunda-feira (7) e termina hoje (11), ainda que muitas delegações só deixem a capital federal amanhã.

“Estamos aqui para cuidar do nosso mundo, da nossa floresta e, principalmente, do nosso direito de existir”, afirmam as crianças, na carta. “Sempre falam que somos o futuro, mas somos o presente e o agora! Os ancestrais nos ensinaram a ouvir a natureza e agora pedimos que os outros adultos nos ouçam. Estamos ouvindo o som do mundo de vocês desmoronando. E vocês? Conseguem ouvir? Escutem nosso chamado: somos parte da solução. Sabemos que existe um jeito de salvar o nosso mundo e estamos prontos para caminhar juntos, unidos para proteger nossas terras, nossos rios e nossas culturas”, acrescentaram as crianças, cobrando “de quem governa e toma decisões” a devida proteção às florestas e ao planeta.

“Queremos água limpa, sem poluição e sem minério. Não queremos que nossos rios e igarapés sejam sujos com petróleo. Defendemos todos os seres vivos. Se não cuidarem do nosso mundo, não vai haver futuro para nós, crianças. E a luta não é só nossa, é de todo mundo”, concluíram os autores do manifesto.

Yará Santos da Costa, de 9 anos de idade, e Luana Katariru, 8, leram para os presentes a íntegra da carta que entregaram às ministras.

Moradora de , Yará é parte do povo sateré-mawé e viajou para a capital junto com os responsáveis e uma delegação da Região Norte. Já Luana é da etnia manchineri, que também se concentra na Região Norte, mas a menina, atualmente, mora em Brasília, com a família.

“Entregaram [o esboço da] carta e a gente fez as correções, colocando [a palavra] mundo em vários pontos porque não são só as crianças da que estão sofrendo com o desmatamento, com a fumaça. São as crianças do mundo inteiro”, comentou Luana, ao ser entrevistada por veículos da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

“Os animais estão morrendo e está tendo muita fumaça. Não estamos mais respirando o ar puro que respirávamos antes. O ar está poluído pela fumaça. As árvores estão sendo cortadas. E se não há árvores, como vamos respirar?”, acrescentou Yará.

Visivelmente emocionada, a ministra Marina Silva desabafou.

“Em todos os períodos da história, são os adultos que se colocam na frente das suas crianças para protegê-las. Por não olharmos para os povos indígenas, para aqueles que têm conhecimentos ancestrais, nós fizemos algo tão terrível com o planeta que, pela primeira vez, são as crianças que estão se colocando na nossa frente para nos defender. Algo está errado. Não são as crianças que tem que fazer o que os adultos deveriam ter feito”, disse a ministra.

Para Marina, o mundo já dispõe de “respostas técnicas” para conter o aquecimento global. “Para resolver o problema do clima, falta o compromisso ético de fazermos a transição [energética] para termos um novo ciclo de prosperidade que não deixe ninguém para trás.”

A ministra Sonia Guajajara afirmou que ir ao ATL e ouvir as crianças é parte dos esforços para ampliar a participação indígena em todas as esferas do governo federal.

“Recebo este manifesto não como um ato simbólico, mas como um compromisso que deve ser firmado por todos os tomadores de decisão. Pensar o futuro é agir agora. E estar com as crianças, escutá-las, é firmar este compromisso com o futuro das próximas gerações.”

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Homem é esfaqueado por cinco homens dentro de pousada em Campo Grande

Prepare o guarda-chuva: sábado amanhece com sol, mas há chance de tempestades em MS

Justa homenagem

Solange tem desentendimento com Afonso: Resumo Vale Tudo, capítulo do dia 12/04/2025

Notícias mais lidas agora

Monteiro acata denúncia de ‘amigos’ de Razuk e suspende no TCE-MS licitação da loteria estadual

‘Minha segurança acabou’: Homem que esfaqueou companheira 6 vezes é solto

Jorge e Matheus reúne 30 mil pessoas e fãs fervorosos cantando sucessos na Expogrande 2025

Chico recebe proposta para sair do Rio de Janeiro: Resumo Volta por Cima, capítulo do dia 12/04/2025

Últimas Notícias

MidiaMAIS

Surfista de enxurrada ganha repaginada no visual no Aero Rancho: ‘chegou todo feliz’

"Cria do Aero Rancho" foi responsável por dar "aquele talento" na aparência do surfista; veja como ele ficou

Polícia

Após show, homem fica sob mira de arma e tem veículo roubado na Rui Barbosa

Ele foi roubado por dois homens em uma motocicleta na cor preta

Cotidiano

Precisa de atendimento? Confira a escala médica nas unidades de saúde de Campo Grande

O atendimento acontece por demanda espontânea

Esportes

Onde assistir: Quatro partidas abrem a terceira rodada do Brasileirão Série A

Palmeiras e Corinthians se enfrentam duas vezes neste sábado, pelo Brasileiro Masculino e também pelo Feminino