O delator Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, disse ao STF (Supremo Tribunal Federal) que “presenciou grande parte dos fatos, mas não participou deles”.
Cid negou ter participado da tentativa de golpe para manter Bolsonaro no poder. Ele disse que “presenciou grande parte dos fatos”, mas negou participação. Ele também confirmou ter assinado a delação por vontade própria. Não pode haver coação quando há esse tipo de acordo.
Militar explicou os recorrentes depoimentos. “Nunca foram para trazer fatos novos ou coisas que eu não tinha dito” e “sempre foram a pedido da Polícia Federal”.
Áudios vazados para revista foram “desabafo para um amigo”. Cid disse que estava preocupado com problemas financeiros e na sua carreira e que não sabe como os arquivos chegaram até a revista Veja e que o levaram novamente à prisão. A reportagem aponta uma pressão da PF pela delação. Ele nega. Diz que “foi uma linha investigativa e eu tinha outra visão do que tinha acontecido”.
Bolsonaro “recebeu e leu” a minuta do golpe. Cid disse que ele “de certa forma deu uma enxugada” no documento e que teria retirado as autoridades da lista de prisões, só permanecendo Moraes. Ele brincou: “O resto foi concedido habeas corpus“.
Decreto era genérico, diz Cid. Segundo ele, o documento discutido nessas reuniões, das quais participaram os comandantes das Forças, apenas dizia “o quê, não dizia como”.
Cid reforça que suas mensagens não apontam descoberta de fraude eleitoral. Ele diz que “os dados eram trabalhados para isso, mas não se pôde comprovar nada”.
Bolsonaro mandava mensagens pelo próprio celular. Cid diz que pelo menos o WhatsApp e Facebook “eram operados” pelo ex-presidente.
O almirante Garnier, ex-comandante da Marinha, foi classificado como “radical” pelo delator. Já Paulo Sérgio Nogueira e Braga Netto entraram, segundo Cid, no grupo dos”moderados”. Eles atuariam para influenciar a opinião de Bolsonaro sobre a tentativa de golpe.
*Informações UOL.
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