Funcionários da prefeitura de Hortolândia, no interior de São Paulo, encontraram nesta quinta-feira (24) novas partes do corpo de Nicolly Pogere, adolescente de 15 anos assassinada de forma brutal no último dia 18.
Os restos mortais estavam às margens de uma lagoa no bairro Jardim Amanda I, mesmo local onde a primeira parte do corpo foi localizada, esquartejada e enrolada em uma lona.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP), os fragmentos recolhidos são compatíveis com a vítima. Também foram encontrados objetos que podem ter sido usados no crime. Todo o material foi encaminhado para análise no Instituto de Criminalística (IC).
A principal linha de investigação aponta que Nicolly foi assassinada com uma faca após flagrar o namorado, de 17 anos, com outra adolescente de 14, que também mantinha um relacionamento com ele.
O casal suspeito, apreendido no dia 20 no estado do Paraná, alega legítima defesa, afirmando que a vítima teria os atacado. No entanto, a Polícia Civil suspeita de crime premeditado.
Após o assassinato, os adolescentes colocaram o corpo de Nicolly em um carrinho de mão e o transportaram até a lagoa, onde tentaram afundá-lo com pedras. Nas costas da jovem, escreveram a sigla “PCC”, numa tentativa de despistar os investigadores.
A polícia já descartou qualquer envolvimento da facção criminosa Primeiro Comando da Capital.
O casal apreendido está internado provisoriamente por decisão da Justiça de São Paulo, com medida socioeducativa decretada por 45 dias.
Avó ajudou na fuga
A avó do adolescente de 17 anos acusado de matar e esquartejar a adolescente admitiu ter ajudado o neto e a cúmplice na fuga de Hortolândia (SP) até o Paraná.
Em entrevista a emissora de televisão, no dia 21, ela afirmou que não sabia do crime e acreditava estar protegendo o neto de uma ameaça. Segundo o relato, ele ligou dizendo que estava sendo perseguido por membros do PCC (Primeiro Comando da Capital).
A mulher, que estava em Londrina no momento do contato, disse ter ido buscá-lo junto com outro neto, após ouvir que “uns bandidos queriam matá-lo”. O jovem contou à família que a atual namorada, de 14 anos, teria se envolvido em uma briga com Nicolly, e que a ex-companheira estaria ligada à facção criminosa.
Além da avó, o irmão mais novo do suspeito, que mora com ela em Cornélio Procópio (PR), também teria participado da fuga.
A polícia investiga se houve participação de terceiros na tentativa de escapar do estado após o assassinato.
O que ainda falta esclarecer?
A Polícia Civil aguarda os laudos periciais, que devem levar cerca de 30 dias, para esclarecer a dinâmica exata do assassinato. Os exames devem apontar se houve outras lesões, vestígios relevantes ou se os objetos achados recentemente estão diretamente ligados ao crime.
Mesmo com a versão dos adolescentes, a polícia trabalha com a hipótese de que o crime foi planejado. A investigação ainda vai aprofundar o histórico do relacionamento entre os três jovens envolvidos.
*Com informações do NDMais