Um incêndio de grandes proporções atingiu o Shopping 25, no Brás, no Centro de São Paulo, na quarta-feira (31). As chamas começaram por volta das 6h40 e entraram em fase de rescaldo após 15 horas de trabalho dos bombeiros.
O Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), registrou imagens de satélite do antes e depois da área atingida pelas chamas.
Em 17 de outubro, o dia estava sem nuvens e com a imagem limpa. Enquanto nesta quarta às 10h30, o quarteirão estava tomado por uma fumaça densa por conta do megaincêndio.
A coluna de fumaça preta alcançou cerca de 150 metros de altura e pode ser vista a quilômetros de distância em bairros do Centro e Zona Norte.
Três pessoas inalaram de fumaça e foram encaminhadas ao Pronto-Socorro do Hospital do Tatuapé, na Zona Leste. Uma delas é uma funcionária de uma das lojas do shopping, que foi encontrada desacordada na calçada.
O empreendimento tem cerca de 18 mil metros quadrados, divididos em centenas de boxes. Segundo o Corpo de Bombeiros, cerca de 200 lojas foram destruídas.
Em vídeo gravado pelo Corpo de Bombeiros, na manhã desta quinta-feira (31), é possível ver o interior do shopping destruído após o megaincêndio. As portas dos boxes e estacas de metal ficaram retorcidas, e o teto desabou. Veja imagens das redes sociais:
Qual é a causa do incêndio?
As causas do fogo ainda não foram esclarecidas pelas autoridades. Lojistas contaram à TV Globo que o shopping ficou sem energia elétrica na tarde de terça (29). Ainda não há confirmação se há relação entre a falta de luz e o incêndio.
A Enel desligou a rede da área afetada pelas chamas para eliminar risco elétrico. A concessionária ainda disse que “não recebeu nenhum acionamento referente a falta de luz na rua, durante a madrugada e noite de ontem”.
O governo de São Paulo também informou que a “Sabesp foi acionada, esteve no local e constatou que não houve desabastecimento de água no local para controle das chamas. Hidrantes em bom funcionamento e com boa vazão de água”.
O Corpo de Bombeiros também afirmou que o shopping alvo do megaincêndio está com a Auto de Vistoria da corporação (AVCB) vencido desde agosto.
Segundo capitão Maycon Cristo, porta-voz dos bombeiros, o AVCB tem que ser renovado periodicamente como forma de garantia de que a edificação está seguindo as regulamentações de segurança contra incêndio da corporação.
O Ministério Público também abriu inquérito nesta quarta para apurar as causas e os responsáveis pelo incêndio. O promotor de Habitação e Urbanismo Moacir Tonani Junior quer saber a existência ou não de documentação necessária para o funcionamento do estabelecimento, além de eventual omissão na fiscalização pelo poder público municipal.
Em uma consulta ao Cadastro de Edificações do Município (CEDI), é possível ver que o imóvel na Rua Barão de Ladário, está irregular desde 2019. É o documento equivalente ao Auto de Conclusão, ao Habite-se, ao Auto de Vistoria e ao Alvará de Conservação. Pode ser utilizado para instruir pedidos de Licença de Funcionamento, Aprovação de Reformas e para comprovar a regularidade do imóvel perante o INSS, a fiscalização municipal e o Cartório de Registro de Imóveis.
Em 2022, os engenheiros do Departamento de Controle do Uso de Imóveis (Contru), da Prefeitura, constataram que os chuveiros automáticos e o sistema de portas corta-fogo do shopping não funcionavam.
*Com G1
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