O governo do Rio Grande do Sul planeja contratar empresas, até a semana que vem, para montar “cidades provisórias” para desabrigados, segundo o vice-governador Gabriel Souza (MDB). Ao UOL, ele disse que vai pressionar os fornecedores para que entreguem “o quanto antes” — sem dar um prazo específico.

O que aconteceu

O vice-governador gaúcho afirmou que o plano é construir quatro cidades temporárias para abrigar parte dos 77 mil desabrigados. Segundo ele, os espaços são “abrigos qualificados” para as pessoas permanecerem até terem acesso a algum tipo de política habitacional — como aluguel social, aluguel solidário, casas temporárias ou definitivas.

As cidades provisórias serão erguidas nos municípios de São Leopoldo, Porto Alegre, Canoas e Guaíba. Na capital, o espaço deve funcionar no Porto Seco e, em Canoas, no Centro Olímpico Municipal. Em São Leopoldo, o governo indicou o Parque de Eventos. No Guaíba, não há indicação até o momento, segundo o governo.

O objetivo inicial é construir cômodos familiares e espaços coletivos, como cozinhas e lavanderias. “Pela experiência em desastres, essas pessoas que estão nos abrigos, em casas de terceiros, elas voltam para suas casas ou vão aderindo aos programas de aluguel social e vão se resolvendo. Mas vamos ter um resíduo que ficará nos abrigos e o governador pediu uma solução.”

Fornecedores de chuveiros, produtos de lavanderia, espaços para pets e convivência social devem ser contratados de maneira emergencial até a próxima semana. “Para eles tomarem um chimarrão, que faz parte da nossa cultura”, diz o vice de Eduardo Leite (PSDB).

O vice-governador não informou a data em que os gaúchos desabrigados poderão se instalar nessas “cidades”. “Na linha do tempo, a máxima urgência para o governo são as cidades provisórias”, afirmou Souza.

Números da tragédia

Dos 497 municípios gaúchos, 460 sofreram alguma consequência dos temporais. As cidades atingidas no estado representam 92% do total. As informações são do último boletim da Defesa Civil.

O número de mortes chegou a 151. Número de afetados pelos temporais no Rio Grande do Sul é de 2.281.774 — ao menos 538.167 pessoas ficaram desalojadas e 77.199 estão em abrigos.

O nível do Guaíba caiu 24 centímetros em 24 horas, mas o da Lagoa dos Patos subiu 30 cm. Às 5h15 desta quinta (16), a altura do Guaíba era de 4,98 metros, de acordo com dados da Sema (Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura) e da ANA (Agência Nacional de Águas). O da Lagoa dos Patos, 2,8 m às 7h.

(Com informações do Uol)