Uma égua deu à luz a um potro e um burro ao mesmo tempo em uma propriedade rural localizada no distrito de União Bandeirantes, a 160 quilômetros de Porto Velho, Rondônia.

O caso é considerado raro, pois os dois filhotes resultam do cruzamento do animal com espécies diferentes. É possível isso? Sim. Segundo um especialista ouvido pela reportagem do Rede Amazônia, um dos animais é proveniente da cruza da égua com o cavalo [potro] e outro cruzamento com um jumento [burro].

A “Estrelinha”, como a égua é chamada, vive na fazenda do pecuarista Marcos Soares. Ele conta que o burro e o potro nasceram no início do mês de junho e desde então suspeita que um dos filhotes possa ter sido adotado por ela, pois nunca viu nada semelhante acontecer antes.

Marcos Soares afirma que viu Estrelinha dando à luz apenas ao burro e não estava presente no momento em que o outro filhote nasceu. Mas tem certeza que o potro nasceu na sua propriedade, pois não há possibilidade de ele ter vindo de outro pasto.

Raro, mas possível

Segundo o médico veterinário Paulo Saulo, o caso é incomum por dois motivos. Primeiro, é extremamente raro uma égua ter um “parto gemelar”, ou seja, gerar dois animais ao mesmo tempo. O segundo fato, que chama mais atenção ainda, é que os dois filhotes são de espécies diferentes.

Paulo Saulo conta que há uma grande probabilidade de ambos os animais serem filhos da Estrelinha. Isso porque o proprietário viu a égua dando à luz ao burro, e o segundo filhote (o potro), apresenta características muito semelhantes à mãe.

Ele explica que a égua pode ter tido duas ovulações em seus dois colos uterinos: um óvulo foi fecundado pelo sêmen do cavalo e outro pelo sêmen do jumento. Entretanto, os dois cruzamentos não precisam ter ocorrido no mesmo dia, pois as ovulações não precisam acontecer simultaneamente.

Conforme o médico veterinário, é contra indicado uma gestação de dois animais, pela baixa estatura que uma égua possui. Na maioria das vezes, não é levada adiante, pois apenas um dos filhotes se desenvolve.

“Acontece de falecer até os dois animais ao mesmo tempo. Em alguns casos, acaba envolvendo a mãe, que pode morrer por não conseguir parir. Portanto, no caso da Estrelinha, provavelmente seria desaconselhável ela ter outra gestação”, afirma.

O especialista sugere a hipótese do parto gemelar ter causado problemas no sistema reprodutivo da égua. Por isso, será necessário um acompanhamento clínico com o animal e seus filhotes, pelos riscos da gestação e ao fato de ela estar amamentando em dose dupla.