Em caso inédito no país, 6 transplantados testam positivo para HIV após receberem órgão infectado no RJ

Descoberta da contaminação ocorreu depois que um paciente transplantado apresentou sintomas neurológicos

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Transporte de órgãos para transplante. (Foto: Clarice Castro – Reprodução Câmara dos Deputados do RJ)

A Secretaria Estadual de Saúde confirmou que seis pacientes testaram positivo para HIV após receberem órgãos transplantados no Rio de Janeiro. A descoberta da contaminação ocorreu em setembro depois que um paciente transplantado apresentou sintomas neurológicos. 

Amostras dos órgãos doados pela mesma pessoa foram analisadas e outros casos de infecção acabaram sendo confirmados.

De acordo com o Governo do Estado, o erro foi do laboratório PCS Lab Saleme, empresa que fica em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, e foi contratada pela Secretaria Estadual de Saúde em dezembro do ano passado.

A contratação foi feita para que o laboratório realizasse a sorologia de órgãos doados por meio de um processo de licitação emergencial no valor de R$ 11 milhões.

Os testes, que geralmente são feitos pelo Hemorio, o Instituto Estadual de Hematologia, foram terceirizados porque o órgão estadual estava sobrecarregado.

A Anvisa esteve no laboratório PCS e descobriu que a unidade não tinha kits para realização dos exames de sangue e também não apresentou notas fiscais da compra dos itens, o que levantou a suspeita de que os resultados tenham sido forjados.

Ações a partir de agora

Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde considerou o caso inadmissível. “Uma comissão multidisciplinar foi criada para acolher os pacientes afetados e, imediatamente, foram tomadas medidas para garantir a segurança dos transplantados”, diz trecho da nota.

O laboratório privado teve o serviço suspenso e foi interditado cautelarmente. Além disso, um rastreio com a reavaliação de todas as amostras de sangue armazenadas dos doadores, a partir de dezembro, está sendo feito, e uma sindicância foi instaurada para identificar e punir os responsáveis.  

De acordo com o governo do Estado do Rio de Janeiro, a situação é sem precedentes no Brasil, sendo um caso inédito desde o início dos transplantes no país, em 1968.

*Com informações da Agência Brasil

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