Depoimento de general Heleno sobre ‘Abin paralela’ é adiado

Defesa pediu prazo para analisar documentos do inquérito

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General Heleno durante CPI do 8 de janeiro. (Arquivo, Midiamax)

O depoimento do general Augusto Heleno, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), na investigação sobre o aparelhamento da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) foi adiado.

Ele seria ouvido nesta terça-feira (6), na sede da Polícia Federal em Brasília, mas a defesa pediu para ter acesso aos autos e quer prazo para analisar os documentos do inquérito. Uma nova data será definida.

A Abin fez parte da estrutura administrativa do GSI enquanto Heleno esteve no cargo. A agência passou para o guarda-chuva da Casa Civil em março de 2023, já no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Abin

A Abin é o principal órgão do sistema de inteligência federal e tem como atribuição produzir informações estratégicas sobre temas sensíveis, como ameaças à democracia e às fronteiras, segurança das comunicações do governo, política externa e terrorismo.

Para a PF (Polícia Federal), a agência foi instrumentalizada no governo Jair Bolsonaro (PL) e usada para atender interesses privados do grupo político do ex-presidente.

A PF acredita, ainda, que aliados de Bolsonaro infiltrados na Abin faziam parte de um grupo mais amplo responsável por uma espécie de serviço clandestino de “contrainteligência”.

Veja as suspeitas sobre a Abin no governo Bolsonaro segundo a PF

  • Monitoramento ilegal de parlamentares de oposição ao governo Bolsonaro por meio do software First Mile, que acessa a geolocalização de celulares em tempo real;
  • Auxílio na defesa do senador Flávio Bolsonaro e de Jair Renan, filhos do ex-presidente, em investigações criminais;
  • Ataque às urnas eletrônicas;
  • Levantamento de informações sigilosas sobre inquéritos de interesse da família Bolsonaro;
  • Uso ilegal de ferramentas de espionagem, inclusive programas para invasão de computadores;
  • Tentativa de ligar os ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, ao PCC;
  • Uso indevido do aparato de inteligência para monitorar uma promotora de Justiça do Rio que investigou o assassinato da vereadora Marielle Franco.

Com informações da Agência Estado

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