Com previsão de chuva forte, Rio Grande do Sul recebe alerta de inundações e deslizamentos

Até o momento, o Rio Grande do Sul registra 136 mortos em decorrência das inundações

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enchente rio grande do sul
Enchente no Rio Grande do Sul (Ricardo Stuckert, PR)

Diante da previsão de chuva forte neste domingo, 12, em grande parte do Rio Grande do Sul, o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) emitiu alertas para o risco de novas inundações e deslizamentos de terra no Estado. Até o momento, o Rio Grande do Sul registra 136 mortos em decorrência das inundações.

De acordo com o órgão, o Lago Guaíba receberá toda água que se desloca pelas Bacias dos Rios Jacuí, Taquari-Antas, Caí, Sinos e Gravataí, “agravando muito a situação da cidade de Porto Alegre” O nível do Lago Guaíba se encontra em 4,58 m, já estando 1,58 m acima da sua cota de transbordamento.

Nas bacias hidrográficas dos Rios Jacuí, Taquari-Antas, Caí, Sinos e Gravataí, que já estão com níveis acima da cota de transbordamento também, são esperados novos eventos de inundações e alagamentos pra este domingo, de acordo com o Cemaden.

Ainda segundo o órgão, é alta a probabilidade de deslizamentos de terra, especialmente “quedas de barreira”, nas margens de estradas e rodovias nas regiões Nordeste e Centro-Ocidental do Rio Grande do Sul, na Região Metropolitana de Porto Alegre e na Serra Gaúcha.

Neste sábado, 11, brigadistas que trabalham no centro histórico de Porto Alegre, uma das regiões mais atingidas pela enchente, e no bairro São João tentaram convencer as últimas pessoas a deixarem o local antes que o nível da água volte a subir. A reportagem acompanhou uma patrulha das Guardas Municipais de Porto Alegre e de São Paulo na manhã deste sábado, 11, pelas ruas da capital gaúcha.

A enchente no centro de Porto Alegre, mesmo após a baixa temporária da água, ainda alcança 2 metros em alguns pontos. O vazio destoa das ruas movimentadas do centro em dias normais. Palácios históricos, como o Mercado Público, estão cercados pela água.

Na rodoviária e na estação de trem, a paisagem, com vagões em meio às águas, mostra como o cotidiano dos gaúchos foi totalmente interrompido pelas cheias. O centro da capital expõe a fragilidade das grandes cidades diante da natureza impactada pelas mudanças climáticas.

No bairro São João, durante o período em que a reportagem esteve no local, voluntários iam e voltavam de barcos e jet skis, na maioria das vezes, sem conseguir trazer novas pessoas. Uma das orientações entre os voluntários era parar de fornecer água e mantimentos para as pessoas que resistiam a sair de casa, para que a escassez de insumos force a saída dos lares em risco.