RS monitora risco de novo ciclone perto da costa brasileira após 46 mortes
Outras 46 pessoas estão desaparecidas
Agência Estado –
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A semana começa com previsão de chuva intensa e novo ciclone na costa do Rio Grande do Sul, segundo alerta da Metsul Meteorologia divulgado no domingo, 10. Na última semana, o Estado foi duramente afetado por chuvas intensas e uma tempestade extratropical que deixaram 46 mortos e mais de quatro mil desabrigados. Quarenta e seis pessoas seguem desaparecidas.
Segundo a previsão da Metsul, a segunda-feira, 11, será de sol em todo o Estado, trazendo calor. As temperaturas máximas podem chegar até 34ºC em algumas regiões. No fim do dia, porém, uma frente fria alcança o oeste e sul gaúchos, levando à formação de tempestades com raios, chuvas fortes e granizo para algumas áreas.
A terça-feira, 12, será de chuva intensa nas partes oeste e sul do Estado. Na quarta-feira, 13, a área de baixa pressão se aprofunda e avança pelo Rio Grande do Sul, levando a chuvas fortes e mesmo torrenciais em diversas regiões. “O risco de temporais isolados com granizo e rajadas de vento forte será elevado”, informou em comunicado.
A partir de quinta-feira, 14, o centro de baixa pressão se desloca para o Oceano Atlântico, onde se transforma em ciclone
extratropical, impulsionando uma frente fria com chuva e temporais isolados no Rio Grande do Sul, em Santa Catarina e no Paraná, além de partes do Centro-Oeste e do Sudeste do País.
“Este ciclone mais perto da costa do Sul do Brasil, cujo posicionamento os modelos discrepam ainda em suas projeções, impulsionará ar mais frio de trajetória continental para o Sul e o Centro-Oeste do Brasil com queda acentuada da temperatura a partir de um centro de alta pressão continental no Norte da Argentina”, afirma a MetSul.
“Este é o terceiro evento (de chuva extrema) do mês de setembro, que começa sob influência maior do fenômeno climático El Niño, que ainda está se intensificando e traz preocupação”, diz Stael Sias, meteorologista da MetSul.
Especialistas dizem que não há dados que indiquem aumento no número de ciclones que atingem o Brasil. Mas há indícios de que o fenômeno pode estar se tornando mais intenso por causa do El Niño e também das mudanças climáticas.
Segundo a Metsul, a precipitação prevista para o Rio Grande do Sul é suficiente para provocar alagamentos em áreas urbanas e rurais, além de inundações, podendo ainda agravar a condição dos rios que já estão muito cheios, como Quaraí, Ibirapuitã, Jaguarão, Piratini e Camaquã, no oeste e no sul do Estado.
Além disso, segue o alerta da Metsul, os excessivos acumulados de chuva somado aos registrados dias atrás podem gerar o extravasamento de alguns açudes.
Presidente Lula lamenta tragédia
O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, lamentou nesta segunda-feira, 11, em Nova Délhi, o ciclone que atingiu o Rio Grande do Sul e o terremoto que matou mais de 2 mil pessoas no Marrocos na semana passada.
“Não tem muita explicação para a ocorrência das tragédias, a não ser a mudança do clima, a não ser o que nós estamos fazendo com o planeta”, disse Lula, pouco antes de embarcar para Brasília, após ter participado da Cúpula do G20 na capital indiana.
Lula foi criticado por não ter visitado o local da tragédia no Rio Grande do Sul, que soma 46 mortos e 46 desaparecidos.
No domingo, seis dias após a passagem do ciclone, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) visitou a região e anunciou a liberação de recursos para as vítimas e para a reconstrução da infraestrutura danificada.
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