O MPF (Ministério Público Federal) instaurou inquérito civil para investigar a Jovem Pan por possível disseminação de Fake News sobre instituições brasileiras, com potencial para incitar atos antidemocráticos.
De acordo com o órgão, o foco da investigação será a veiculação de notícias falsas e comentários abusivos pela emissora, sobretudo contra os Poderes constituídos.
O inquérito foi aberto nesta segunda-feira (9).
“O órgão realizou levantamento ao longo dos últimos meses e detectou que a Jovem Pan, a princípio, tem veiculado sistematicamente fake news e discursos que atentam contra a ordem institucional, em um período que coincide com a escalada de movimentos golpistas e violentos em todo o país”, publicou o MPF.
Em nota, o MPF cita alguns apresentadores da emissora, como Alexandre Garcia e Paulo Figueiredo, que teriam atacado as instituições em suas falas.
Além disso, eles teriam tentado justificar as motivações dos manifestantes que invadiram e depredaram as sedes dos três Poderes.
MPF quer acesso aos programas da Jovem Pan
O MPF enviou ofício determinando que a Jovem Pan forneça, em até 15 dias, informações detalhadas sobre sua programação e os dados pessoais dos apresentadores e comentaristas dos programas Jovem Pan News, Morning Show, Os Pingos nos Is, Alexandre Garcia e Jovem Pan – 3 em 1.
O documento inclui ainda uma notificação para que a empresa se abstenha de promover quaisquer alterações nos canais que mantém no YouTube, seja a exclusão de vídeos, seja tornar sua visualização restrita, pois todo o conteúdo será objeto de investigação minuciosa.
Ao YouTube, o MPF ordenou a preservação da íntegra de todos os vídeos publicados pela Jovem Pan desde janeiro de 2022 até hoje.
Do mesmo modo, a plataforma deverá ainda informar em até 30 dias a relação completa dos conteúdos removidos ou cujo acesso público foi restringido pela emissora.
Além disso, o YouTube terá também que indicar os vídeos que foram alvo de moderação de conteúdo.
Por fim, a investigação avaliará se a Jovem Pan violou direitos fundamentais da população e incorreu em abusos à liberdade de radiodifusão.
Abertura de CPI para investigar atos
O Senado conseguiu assinaturas suficientes para a instauração da CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que irá investigar os atos antidemocráticos relacionados a invasão e depredação de prédios públicos em Brasília.
A CPI, encabeçada pela senadora Soraya Thronicke (União), já possui 31 assinaturas.
Vale lembrar que são necessárias 27 assinaturas para que uma CPI seja instaurada no Senado Federal. Assim, a confirmação de votos necessários para a abertura ocorreu na manhã desta segunda-feira (9).
Manifestantes invadem Brasília
Anteriormente, manifestantes apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que iniciaram protesto em Brasília (DF), invadiram o Congresso Nacional.
Do mesmo modo, outro grupo, usando cores da bandeira, ocuparam o Palácio do Planalto, sede do Poder Executivo.
Por fim, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), disse que falou com o governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), para pedir apoio policial.
“O governador me informou que está concentrando os esforços de todo o aparato policial no sentido de controlar a situação”, tuitou.