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Brasil

Lula agora afirma nunca ter igualado Rússia e Ucrânia na responsabilidade sobre a guerra

O presidente brasileiro chegou a Portugal anteontem e seguirá para a Espanha na terça-feira
Agência Estado -
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. (Foto: Ricardo Stuckert/PR)

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a afirmar que nem a Rússia nem a querem parar a guerra, mas, diferentemente de recentes declarações já feitas sobre o conflito, disse agora que nunca equiparou as responsabilidades dos dois países. “Eu nunca igualei Rússia e Ucrânia. Eu sei o que é invasão e o que é integridade territorial”, disse o petista ontem, em evento oficial em Lisboa. “Mas agora a guerra já começou e alguém precisa falar em paz.”

O presidente brasileiro chegou a anteontem e seguirá para a Espanha na terça-feira. É a primeira viagem do petista à Europa no terceiro mandato. Lula foi recebido pelo presidente Marcelo Rebelo em cerimônia no Mosteiro dos Jerónimos, onde fica o túmulo de Luís de Camões.

Mais tarde, participou da XIII Cimeira Luso-Brasileira, no Centro Cultural de Belém, com o primeiro-ministro português, António Costa. No encontro, foram assinados 13 acordos de cooperação em diferentes áreas, como saúde e educação, entre a validação de diplomas universitários.

Apesar da mudança de tom em relação à guerra, Lula afirmou, quando esteve em Abu Dhabi, que a responsabilidade pela invasão russa na Ucrânia era tanto de Moscou quanto de Kiev. “A decisão da guerra foi tomada por dois países”, afirmou na ocasião. A Ucrânia, no entanto, é vítima de uma invasão deflagrada pelo presidente russo, Vladimir Putin, em fevereiro de 2022.

Lula foi questionado várias vezes por suas falas, o que ofuscou os primeiros eventos em Lisboa. De acordo com o petista, o busca restabelecer a paz – ele chegou a propor a criação de um G-20 para negociar o fim do conflito. “No caso da guerra, a Rússia não quer parar e a Ucrânia não quer parar”, afirmou. “Pois bem, temos de encontrar países que, em relação de confiança, queiram sentar e conversar e parar a guerra”, disse.

‘TERCEIRA VIA’

 Sob pressão de políticos portugueses desde antes de sua chegada ao país europeu, o presidente brasileiro disse que a Rússia errou e afirmou que o Brasil a agressão de Putin em resoluções da Organização das Nações Unidas (ONU). Segundo ele, porém, “agora é preciso parar a guerra”. “Estamos numa situação em que a guerra está fazendo mal para o mundo por problema de fertilizante, de comida. Em vez de escolher um lado, quero uma terceira via”, disse.

Estados Unidos e União Europeia já reagiram de forma dura às falas de Lula. Após a pressão, Lula afirmou que não irá à Ucrânia, assim como não foi à Rússia. Anteontem foi anunciada a viagem a Kiev do assessor especial para Assuntos Internacional, Celso Amorim, que já esteve com Putin em Moscou. Na semana passada, o chanceler russo, Serguei Lavrov, e o porta-voz da diplomacia ucraniana, Oleg Nikolenko, fizeram convites ao presidente brasileiro.

Rebelo destacou que a posição portuguesa difere da brasileira em relação à guerra. “Portugal é solidário ao povo ucraniano, à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) e à União Europeia e pensa que não é situação justa não permitir à Ucrânia defender-se e tentar recuperar o território que foi invadido com violação da integridade territorial e da soberania de Estado”, afirmou.

ATAQUES

 Lula aproveitou o evento para mandar indiretas a antecessores sem citá-los. “O Brasil ficou isolado do mundo nos últimos quatro anos”, disse. O ex-presidente nunca visitou Portugal ao longo de seu mandato. “Destruíram tudo em quatro anos como praga de gafanhotos”, afirmou o presidente.

Em relação à recente crise no Gabinete de Segurança Institucional, que levou à demissão de seu primeiro ministro, o general da reserva Marco Gonçalves Dias, conhecido com G. Dias, Lula afirmou que tomará decisões quando voltar ao Brasil.

“Vou decidir essas coisas do GSI quando eu voltar. Vou tomar a decisão que eu achar mais importante para o Brasil”, disse Lula em entrevista coletiva de imprensa, ao ser questionado se manterá o gabinete e, se mantido, se o órgão será comandado por um civil ou um militar.

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