O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Alexandre de Moraes, se reunirá, às 15h30 desta terça-feira (23), com o ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira de Oliveira, em encontro que selará o retorno do diálogo entre o tribunal e as Forças Armadas a respeito do processo eleitoral.
O encontro deve ocorrer apenas entre os dois ministros, sem a participação de técnicos da Defesa ou do TSE, e há o intuito da relação entre o tribunal e as Forças Armadas.
Após convite do ministro Luís Roberto Barroso, à época presidente do TSE, para os militares integrarem a CTE (Comissão de transparência das Eleições) – grupo que conta com doze instituições e fiscaliza o processo eleitoral – a relação entre as instituições tem sido conturbada.
Em recente fala durante o Congresso da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, Barroso citou que todas as entidades convidadas pela CTE acataram o nome indicado pelo ministro para representar a instituição na fiscalização do processo eleitoral.
Soma-se a esse episódio os 80 questionamentos enviados ao TSE sobre o processo eleitoral solicitados por integrantes das Forças Armadas que faziam parte do CTE , em dezembro de 2021, os quais Barroso classificou como “surpreendentes”.
Neste mês, o ministro Edson Fachin, ainda exercendo o cargo de presidente do TSE, excluiu o coronel do exército Ricardo Sant’Anna do comitê por, segundo o órgão, ter disseminado informações falsas sobre o sistema eleitoral e o caso está sendo apurado.
A reunião tem como objetivo retomar um diálogo que as Forças Armadas avaliam que foi suspenso durante a gestão do ministro Edson Fachin à frente da Justiça Eleitoral. Na posse de Alexandre de Moraes, no último dia 16, Nogueira esteve presente.
Em entrevista ao Jornal Nacional na segunda (22), Jair Bolsonaro afirmou que sua relação com Moraes está “pacificada”. Na semana passada, o presidente participou da cerimônia de posse do ministro.
Ainda na tarde desta terça, Moraes tem audiência, às 16h30, com o diretor-geral da Polícia Federal, Marcio Nunes de Oliveira, e com o diretor de Investigação e Combate ao Crime Organizado, Caio Rodrigo Pelim. Às 17h30, a audiência é com dirigentes do grupo Pacto pela Democracia.
