O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes, enviou na tarde desta sexta-feira (19) pedido da PF (Polícia Federal) para indiciar o presidente Jair Bolsonaro por incitação ao crime ao associar a vacina contra covid ao risco de desenvolver Aids.

Agora, a PGR deverá se manifestar pela procedência ou arquivamento da ação.

A Polícia Federal (PF) disse na quarta-feira, 17, que vê indícios de crime do presidente Jair Bolsonaro (PL) por associar a vacina contra a covid-19 ao risco de desenvolver o vírus da aids.

A afirmação consta no relatório parcial da investigação enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF) pela delegada Lorena Lima Nascimento.

De acordo com o documento, os elementos reunidos até o momento apontam para os delitos de incitação ao crime e de provocar alarma a terceiros.

O presidente disse, em live no dia 21 de outubro de 2021, que a população do Reino Unido estaria “desenvolvendo a síndrome de imunodeficiência adquirida [aids]” após a imunização completa contra o novo coronavírus.

Na mesma transmissão ao vivo, Bolsonaro afirmou, citando um suposto estudo atribuído ao imunologista Anthony Fauci, que “a maioria das vítimas da gripe espanhola não morreu de gripe espanhola, mas de pneumonia bacteriana causada pelo uso de máscara”. Na época, as máscaras eram obrigatórias em locais públicos.

A PF diz que, ao espalhar informações falsas, o presidente “encorajou” a população a descumprir medidas sanitárias preventivas contra o novo coronavírus e gerou alarde “anunciando perigo inexistente”. O relatório afirma ainda que Bolsonaro agiu de “forma direta, voluntária e consciente”.