Mercado vê renda fixa como ‘porto seguro’ em momento de crise
A consequência da guerra deve ser apenas o reforço de um quadro de estagflação
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Diante da possibilidade do agravamento do conflito entre Rússia e Ucrânia, o primeiro instinto do investidor é se proteger, buscando posições mais seguras em títulos públicos, moedas fortes e ouro. Por isso, mercados emergentes, como o brasileiro, considerados voláteis, veem uma fuga de capital para economias mais consolidadas, como os Estados Unidos. Aqui, a renda fixa continua atraente, e há oportunidades em commodities para quem aposta na renda variável.
Nesta quinta, 24, o dólar fechou em alta de 2,02%, cotado a R$ 5,1052, enquanto a Bolsa brasileira encerrou o pregão em baixa de 0,37%, a 111.591,87 pontos. “Temos sempre de ter ouro e dólar em momentos de estresse, porque são ativos que vão minimizar nossas perdas em momento de maior risco”, diz Ariane Benedito, economista da CM Capital.
O cenário macroeconômico brasileiro, no entanto, já não era o mais favorável. A consequência da guerra deve ser apenas o reforço de um quadro de estagflação. O País sofre com uma inflação alta que não deve cair muito cedo, conforme demonstrou o IPCA-15 de fevereiro. Assim, os investimentos em renda fixa mantêm a atratividade adquirida no ano passado com a escalada da taxa básica de juros, a Selic.
Sob a perspectiva de proteção do patrimônio, o professor de Finanças do Coppead/UFRJ Carlos Heitor Campani menciona o Tesouro IPCA+ como boa forma de investimento. “Guerra gera inflação no mundo. Se a inflação explodir, pelo menos seu investimento vai explodir junto”, diz.
Uma das commodities que podem ser mais afetadas pelo conflito é o petróleo, já que a Rússia é um grande exportador. O preço do barril superou ontem os US$ 105 — desde 2014 não passava de US$ 100.
Lucas Brigato, assessor de investimentos, head de Câmbio e sócio da Ethimos, indica a seguinte composição de carteira para um investidor moderado: 10% dos recursos na Bolsa, 30% em títulos atrelados à inflação, de 30% a 40% em fundo de crédito privado atrelado ao CDI e 15% em títulos prefixados.
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