Uma criança de apenas nove anos foi assassinada na última quinta-feira (10) na frente dos pais, Geovane da Silva Santos, pai do menino, é presidente da associação dos agricultores familiares do local. A família estava em casa no momento em que um grupo de pessoas encapuzadas e armadas invadiram a residência por voltas das 21h, de quinta-feira.O crime aconteceu em Engenho Roncadorzinho, na Zona da Mata Sul de Pernambuco. A polícia suspeita que a motivação do atentado se deu por um conflito agrário na região.

O menino estava escondido debaixo da cama, após atingirem o agricultor, os homens encontraram a criança e fizeram os disparos. Pai e filho foram levados até o Hospital Municipal de Barreiros, o agricultor foi atingido de raspão no ombro, mas a criança, não resistiu e morreu. O caso segue em investigação.

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) e a Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado de Pernambuco (FETAPE). Declarou em nota que os atentados na comunidade já vem acontecendo nos últimos anos, os órgãos fizeram denúncias, mas continuam sofrendo ameaças. “Os casos de violência contra a comunidade vêm sendo denunciados pela FETAPE e pela CPT há vários meses, sem que medidas efetivas sejam tomadas por parte do Estado para solucionar a tensão e a violência no local” Diz nota.

A ocupação do Engenho

Muitas famílias estão nesta comunidade, no Engenho Roncadorzinho devido falência das usinas, onde trabalhavam ou eram credoras, segundo o portal Diário de Pernambuco as pessoas estavam ali, mas nunca receberam as devidas indenizações, segundo os agricultores. A comunidade existe há 40 anos e abriga cerca de 400 trabalhadores rurais posseiros, sendo 150 crianças.

O Engenho foi propriedade da Usina Central Barreiros, atualmente uma “massa falida” sob administração do Poder Judiciário, que o arrendou. A “massa falida” é o acervo de bens e direitos do falido, compreendendo, assim, o ativo (bens e créditos) e o passivo (débito) do falido, dessa forma ele pode ser administrado e representado pelo administrador judicial.