A estudante de enfermagem Stefani Firmo, 23, viveu momentos de horror durante uma viagem de ônibus entre Recife (PE) e Salvador (BA), quando teve o rosto cortado enquanto dormia, no interior do veículo.

Uma mulher que estava sentada atrás da jovem é considerada a principal suspeita pela polícia, pois os agentes encontraram uma faca com ela. Stefani e a amiga, a também estudante de enfermagem Sara Tavares, haviam viajado juntas para Recife para realizar um exame para residência em sua área, na Universidade de Pernambuco. A prova aconteceu no domingo (27) e o retorno para a Bahia, onde moram, estava marcado para o dia seguinte.

Ao Uol, a jovem conta que ela e a amiga estavam muito felizes, pois elas sentiam que tinham ido bem na prova. Então, aproveitaram a segunda-feira para passear e elas embarcaram no ônibus da companhia Expresso Guanabara, com destino a Salvador perto das 18h.

“Nossas poltronas eram juntas, mas como o ônibus estava um tanto vazio, eu fui me sentar duas à frente, para podermos ter mais conforto e nos esticar. Eu me sentei na frente de uma passageira que estava sozinha, e a minha amiga ficou sentada atrás dela”, contou.

Por volta das 4h30 de terça-feira (29), Stefani acordou e foi até a poltrona da amiga para pegar um remédio. “Ela se assustou, porque tinha tomado Dramin para não enjoar na viagem, então estava bem sonolenta. Eu peguei o remédio, um pacote de biscoito e voltei para minha poltrona”, relata a estudante. “Eu vi que a passageira sentada atrás de mim estava acordada, olhando para mim, mas não liguei”. Minutos após se sentar, a jovem afirma que sentiu mexerem em seu cabelo.

Na hora, eu pensei: ‘Vai que essa mulher é doida e ela corta meu cabelo enquanto eu estou dormindo’. Então puxei o cabelo para a minha direita, me estiquei nas poltronas, com a cabeça na janela e as pernas para o corredor, e puxei o edredom até o pescoço. Quando dia já estava amanhecendo, adormeci. Por volta das 5h, Stefani foi acordada com uma pancada no rosto. Ela sentiu uma dor forte e, logo em seguida, uma ardência “quase insuportável”, como se o rosto tivesse sido queimado. A princípio, achou que alguma bagagem tivesse caído sobre ela. Quando coloquei a mão no rosto, percebi que estava escorrendo muito sangue. Corri para pedir ajuda à minha amiga”.

A amiga de Stefani, Sara Tavares, 26, disse ao UOL que teve que reunir forças para não entrar em desespero ao vê-la naquela situação. E conta que chegou a perguntar para a passageira sentada atrás da amiga se havia visto alguma coisa, afinal ela era a única pessoa acordada. A mulher teria desconversado, dizendo que não viu nada e que estava conversando com a filha dela no celular.

Como não havia evidências suficientes, o delegado de plantão lavrou um TCO (Termo Circunstanciado de Ocorrência) para apurar a lesão corporal praticada contra a jovem e liberou a suspeita. Segundo informou a Polícia Civil da Bahia, imagens de câmeras de segurança do ônibus já foram solicitadas e as guias periciais foram expedidas.