Maria tem apenas 3 anos de vida, mas já enfrenta uma dura batalha para sobreviver. Ela e sua irmã nasceram unidas pelo abdômen, isto é, são gêmeas siamesas. Após a cirurgia de separação, Maria teve várias complicações e foi posteriormente diagnosticada com paralisia cerebral, hidrocefalia e falha no coração. Atualmente, sua família busca realizar um tratamento no Paraguai para melhorar a função neurológica da pequena. 

De acordo com a Revista Crescer, a mãe é natural de Belo Horizonte. Daisy Viana de Sá Prado passou por uma jornada difícil até realizar o sonho da maternidade. Antes de engravidar, ela foi diagnosticada com um tumor benigno no ovário direito. Uma semana depois do diagnóstico, ela retirou esse órgão e a trompa direita. No entanto, os médicos a alertaram que seu outro ovário também tinha alguns cistos, que precisariam ser removidos futuramente. Na ocasião, a mineira iniciou um tratamento por meio de remédios para ver se seu quadro melhorava. 

Após a cirurgia para retirar o ovário direito, Daisy conta à revista que teve ainda infecção hospitalar e recebeu a difícil notícia de que poderia não ter filhos. Mas ela e o marido, Guilherme de Oliveira Prado, de 30 anos, descobriram que seriam pais não apenas de um bebê e sim de dois.  

Foi então que começou a luta do casal. Os dois descobriram que suas meninas eram gêmeas siamesas e desde então passaram por vários médicos até de fato chegar a um especialista que aceitasse acompanhar a gestação de risco. “Até encontrar o médico certo, eu já estava entre quatro e cinco meses”, conta Daisy.

Quando as meninas nasceram, foram direto para o Centro de Terapia Intensivo (CTI) e Daisy não pôde vê-las. Na época, a intenção dos médicos era fazer a cirurgia de separação apenas depois que as bebês se recuperassem e ganhassem mais peso. Porém, o quadro de Maria acabou piorando e os planos mudaram. “No terceiro dia de vida delas, Maria estava muito instável e começou a bombear muito sangue para a Milena”, explica a mãe. 

Após a cirurgia de separação, a pequena Milena ficou estável, mas sua irmã ficou muito mal e ainda passou 40 minutos na mesa de cirurgia depois que sua irmã foi liberada. “Ela não conseguiu se adaptar bem depois que se separou da irmã”, relatou a mãe. “Quando eles liberaram para eu subir, chorei muito. Não as vi grudadas, só quando elas estavam separadas”, relata a mineira. 

Milena ficou dois meses no CTI e desenvolveu quadros de hemorragia cerebral, problemas respiratórios e pulmonares. Felizmente, com o tempo, Milena foi se recuperando e reagindo bem ao tratamento.

Já a situação de Maria foi bem diferente. Após a cirurgia, ela teve insuficiência renal, um quadro de infecção generalizada e hemorragia. A princípio, Daisy conta que a filha não tinha um comprometimento neurológico, mas a pequena teve meningite no hospital e posteriormente foi diagnosticada com hidrocefalia. Durante esse período, ela passou por 33 cirurgias. 

Em dezembro do ano passado, Daisy recebeu outra notícia bem difícil, o funcionamento do coração da sua filha estava bem comprometido. Durante todos esses três anos, a mineira vem lutando para a filha fazer todos os tipos de tratamento disponíveis. Um deles é para recuperação de sua função cerebral com o uso de células-tronco. Para isso, a família está arrecadando dinheiro para levar a filha para fazer um tratamento com células-tronco no Paraguai.

Apesar dos desafios, Daisy reforça que a maternidade a fez muito feliz. “Nunca desista de seus filhos, não se deixe derrotar pelos diagnósticos e desafios que a vida hoje te oferece, a maternidade tem seus desafios, mas podemos passar por ela de forma serena”, afirma ela. “Tenho muita felicidade em poder ter tido a oportunidade de ser mãe de duas crianças especiais”, completa.