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Brasil

Exército abre mão de fiscalizar armas importadas até o fim do governo Bolsonaro

A inspeção dos militares sobre os chamados produtos controlados importados deveria recomeçar em setembro
Agência Estado -
exercito
(Foto: Arquivo)

O Exército abriu mão de fiscalizar armas de fogo, munições e coletes fabricados no exterior pelo menos até o fim do atual governo de Jair Bolsonaro (PL). A inspeção dos militares sobre os chamados produtos controlados importados deveria recomeçar em setembro, mas uma portaria interna da Força adiou a retomada do procedimento para 1º de janeiro.

Como mostrou o Estadão, o Exército abriu uma consulta pública para acabar definitivamente com a desses produtos importados. A iniciativa atendia ao lobby dos colecionadores de armas, atiradores esportivos e caçadores (CACs), mas revoltou a indústria bélica nacional que é submetida à fiscalização e reclamou da falta de isonomia.

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A consulta pública foi concluída em 5 de agosto com cerca de 11 mil contribuições. Mais de um mês depois, o Exército não revela quais foram as sugestões recebidas nem se elas resultarão em alterações na minuta colocada para debate. A Força se negou a divulgar os dados pela assessoria de comunicação e por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI).

Há dois anos, durante a pandemia, excepcionalmente, o Exército passou a aceitar certificados internacionais de conformidade dos armamentos importados, abrindo mão da sua própria fiscalização a partir de testes que até então eram feitos pelo Departamento de Fiscalização de Produtos Controlados (DFPC) do Exército e por parceiros privados.

Na época, a suspensão da fiscalização dos produtos importados foi considerada necessária por causa da alegada falta de estrutura do Exército para atender a demanda por certificações. Neste mês de setembro, a regra, excepcional, chegaria ao fim e as análises de conformidade lideradas pelos militares voltariam a ser exigidas.

A vistoria nacional, que atesta qualidade e segurança dos produtos fabricados fora do País que serão utilizados em território nacional, é considerada rigorosa por tratar qualquer produto como se fosse um protótipo, ainda que produzido por marcas renomadas. O processo acaba sendo mais lento do que o realizado no exterior.

Uma portaria assinada pelo chefe do Estado-Maior do Exército, general Valério Stumpf Trindade, publicada no boletim da instituição, prorrogou a liberação de fiscalização no País até o começo de janeiro. O movimento foi visto no mercado bélico como uma forma de ganhar tempo para uma solução intermediária.

Em nota ao Estadão, a Taurus, maior fabricante nacional, afirmou que o fim da exigência de certificação aos importados acaba com a isonomia do mercado e fere a Constituição. Caso a proposta do Exército entre em vigor, a empresa pretende interromper parte da produção brasileira.

“Não traz nenhum benefício ao , pois, além desses produtos não passarem por nenhum processo de homologação que possa comprovar sua eficiência, ainda incentiva a importação”, disse a empresa. “Desincentiva as empresas estrangeiras de virem produzir no Brasil, de gerarem empregos e riquezas aqui no País, e, o que é pior, incentiva empresas como a Taurus, que possuem fábricas no exterior, a reduzirem os investimentos no Brasil, passando a produzir nas unidades no exterior e exportarem para o Brasil, já que essa falta de isonomia cria custos que tiram a competitividade da indústria nacional”, complementou a empresa.

As reclamações sobre a indústria nacional de armas costumam aparecer entre apoiadores do presidente Jair Bolsonaro. O filho do presidente, o deputado (PL-SP), já usou suas para exibir marcas e modelos de armas estrangeiras e elogiar a qualidade dos equipamentos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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