Enviado de Bolsonaro para encontro com irmãos de Arruda já fez ameaça a petistas
O ato pode ocorrer nesta quinta-feira, dia 14, e seria uma forma de blindar o presidente
Agência Estado –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
Escalado pelo presidente Jair Bolsonaro para conversar com os irmãos do guarda civil e dirigente petista Marcelo de Arruda, assassinado a tiros por um policial bolsonarista no Paraná, o deputado Otoni de Paula (MDB-RJ) ameaçou receber militantes petistas “a bala”, durante discurso na tribuna da Câmara.
O pronunciamento de Otoni de Paula, em abril, foi uma reação à sugestão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que militantes e sindicalistas mapeassem o endereço dos parlamentares para “incomodar a tranquilidade deles”, pressionando-os com demandas.
“O Lula ladrão tem agora um método para que esta Casa se curve aos seus interesses. E qual é o novo método? Pegar os seus quadrilheiros e dar o endereço dos deputados, para que os sindicalistas possam ir na nossa casa. Ele disse assim: ‘Não vai só na casa não, vai conversar com a mulher do deputado, com o filho do deputado’”, reclamou o deputado bolsonarista. “Eu quero dizer para vagabundos igual a Lula: Não atravesse a escola dos meus filhos, nem pense em visitar minha esposa. Ir lá em casa então, inimaginável. Lá no Rio de Janeiro a gente tem um método de tratar bandido, isso é no Rio, é na bala.”
Três dias após o crime ocorrido na noite de sábado, dia 9, em Foz do Iguaçu (PR), Bolsonaro enviou Otoni de Paula para convencer parte da família de Arruda a encontrá-lo em Brasília e fazer um pronunciamento à imprensa. O ato pode ocorrer nesta quinta-feira, dia 14, e seria uma forma de blindar o presidente de críticas por causa de discursos interpretados como incentivo a atos de violência.
Vice-líder do governo, Otoni de Paula foi o porta-voz do presidente para o que chamou de “gesto de pacificação”, criado pela pré-campanha de Bolsonaro como contraponto a manifestações. O presidente afirmou que falava sempre em sentido figurado e reclamou que adversários e a imprensa tentar vinculá-lo ao assassinato.
Segundo o deputado contou ao Estadão, o presidente decidiu enviá-lo ao encontro da família do petista morto ao tomar conhecimento que havia entre os parentes simpatizantes do bolsonarismo. Otoni de Paula promoveu uma chamada de vídeo entre o Bolsonaro e dois irmãos de Marcelo de Arruda, Luiz e José de Arruda, em que ambos se manifestaram a favor do governo, cobraram manifestações de solidariedade à família e se queixaram de uso político do crime pela esquerda. O deputado disse que eles aceitaram a ideia de encontrar o presidente no Palácio do Planalto.
A pré-campanha de Lula, principal adversário de Bolsonaro na disputa pela Presidência da República, questionou a escolha de Otoni e o convite aos irmãos para um encontro com o presidente no Planalto. O deputado foi acusado de disseminar discurso de ódio, pelo pastor Paulo Marcelo, que faz a ponte entre Lula e líderes evangélicos. Além de deputado, Otoni de Paula também é pastor de um ramo da Assembleia de Deus e integrante da bancada da bíblia. No ano passado, foi alvo dos inquéritos das fake news e dos atos antidemocráticos, no Supremo Tribunal Federal.
“A única coisa que ele (Bolsonaro) quer fazer é manipular os irmãos e amigos que estão em luto para tentar defendê-lo”, disse o pastor Paulo Marcelo, em vídeo. “Como alguém que incita o ódio quer representar o presidente, que é a personificação do ódio, para tentar amenizar, não se solidarizar, não ter compaixão ou empatia com uma família que está sofrendo.”
Questionado pela reportagem, Otoni de Paula defendeu-se do pronunciamento de abril e manteve as palavras. Ele criticou Lula por ter agradecido, na semana passada, o vereador Maninho do PT, que responde por tentativa de homicídio. Em 2018, Maninho agrediu e empurrou o empresário Carlos Alberto Bettoni, que hostilizava o ex-presidente em frente ao Instituto Lula. A vítima se chocou contra um caminhão e ficou com sequelas, segundo a família.
“Isso é simples. Estou defendendo meu direito à vida”, rebateu Otoni. “É perigoso receber uma fala de alguém que é candidato a presidente e acabou de parabenizar um criminoso, que tentou matar um opositor político, porque o cara era bolsonarista, e simplesmente o empurrou com a intenção de jogá-lo debaixo do caminhão. A coisa foi tão grave que esse indivíduo ficou sete meses preso, mas Lula o aplaude como herói. Mas o incentivador do crime é Bolsonaro, segundo parte da imprensa e da esquerda, e Lula é um anjo.”
A viúva de Marcelo de Arruda, Pâmela Silva, afirmou que o contato dos cunhados com Bolsonaro era um “absurdo” e que o presidente invertia os papéis no caso, segundo o portal UOL. Em conversa com apoiadores, o presidente destacou que o assassino, o policial penal Jorge Guaranho, foi agredido com chutes na cabeça por convidados de Arruda, após alvejá-lo e também ter sido baleado. O presidente disse discordar da atitude do militante bolsonarista.
Notícias mais lidas agora
- Chuva chega forte e alaga ruas da região norte de Campo Grande
- Há 13 anos, casa no bairro Santo Antônio é decorada por Elizabeth com enfeites únicos de Natal
- Pais são presos após bebê de 2 meses ser queimado com cigarro e agredido em MS
- VÍDEO: Moradores denunciam mulher por racismo e homofobia em condomínio: ‘viadinho’
Últimas Notícias
Taxas avançam com mensagem dura do Copom e pessimismo fiscal
Em meio ainda à maior cautela no ambiente externo
Câmara aprova fim da cobrança de roaming entre países do Mercosul
O texto segue para análise do Senado
Rompimento de fibra ótica deixa serviços de prefeitura em MS fora do ar
Prefeitura de Corumbá ficou com serviços fora do ar nesta quinta
Natal: instituto identifica itens da ceia com peso abaixo do anunciado
A Operação Pente Fino Natal fez a verificação entre 25 de novembro e 6 de dezembro
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.