Último dia do Enem digital registra abstenção de 71,3%

O segundo e último dia de provas digitais registrou o índice de 71,3% de abstenção. De acordo com balanço do Inep, compareceram aos locais de prova 26.709 candidatos. A taxa de ausência deste domingo (7) foi maior que os 68% registrados da semana passada. “Nosso papel é oferecer uma oportunidade de exame de acesso ao […]

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O segundo e último dia de provas digitais registrou o índice de 71,3% de abstenção. De acordo com balanço do Inep, compareceram aos locais de prova 26.709 candidatos. A taxa de ausência deste domingo (7) foi maior que os 68% registrados da semana passada.

“Nosso papel é oferecer uma oportunidade de exame de acesso ao ensino superior. Isso foi conseguido. Esse nível de ausência era esperado. É normal que no segundo dia menos pessoas façam a prova, tanto no impresso como no digital. A opção de fazer a prova é individual e nós respeitamos”, afirmou Alexandre Lopes, presidente do Inep.

Os altos índices de abstenção caracterizam as provas do Enem em 2020. Na prova impressa, nos dias 17 e 24 de janeiro, cerca de 2,5 milhões de estudantes fizeram as provas, o que equivale a menos da metade dos inscritos.

Questões

O segundo e último dia da prova digital do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), neste domingo, apresentou um tema presente no cotidiano dos candidatos nos últimos meses: a vacinação. Questões teóricas em Ciências da Natureza e cálculos na prova de Matemática, com ênfase na área financeira, foram outras características da prova de 90 questões.

Sem citar textualmente a pandemia causada pelo novo coronavírus, a prova de Biologia exigiu do aluno conhecimentos sobre imunizantes e as tecnologias da produção de vacinas em uma das questões. O tema esteve ausente do Enem impresso, aplicado nos dias 17 e 24 de janeiro.

“Achei a questão interessante. Ela tratava sobre hepatite. Eu estava esperando mais questões nessa parte de vírus e vacinas. Senti falta”, opina Marcela Fernandes Barros, estudante de 20 anos que busca uma vaga em Medicina ou Engenharia Química. Para ela, a “a prova foi conteudista e bem elaborada”.

Fernando da Espiritu Santo, gerente de Inteligência Educacional e Avaliações do Poliedro, avalia que a prova apresentou poucas questões que exigiam cálculos e contas. Predominaram os conceitos teóricos. “Havia poucos exercícios que demandavam cálculos e contas”.

A prova de Matemática combinou temas tradicionais, como razões, proporções e matemática financeira, e análises gráficas. A carioca Juliana do Valle, de 20 anos, que pretende uma vaga em Publicidade, esperava questões mais complexas. “Como foi meu primeiro Enem, eu esperava questões difíceis, mas me deparei com questões de matemática básica e funções”, afirma.

A professora Vera Lúcia da Costa Antunes, coordenadora do Objetivo, destaca a quantidade de questões sobre matemática financeira. “Tivemos uma sequência de questões sobre este tema. Foi o principal tópico da prova, que foi muito bem feita e marcada pela interdisciplinaridade”, diz a educadora.

Especialistas avaliam que o formato digital pode ter ajudado o aluno na hora dos cálculos. Com a prova no computador, os alunos podiam se concentrar nas contas nas folhas de rascunho, argumentam. Os computadores só têm acesso às provas. Os candidatos não têm acesso, por exemplo, à internet ou à calculadora. “A prova de matemática manteve o equilíbrio e a coerência com as aplicações anteriores do exame”, avalia Espiritu Santo.

Candidatos que enfrentaram dificuldades na realização das provas digitais no dia 1º dia poderão pedir a reaplicação do exame nos dias 23 e 24 de fevereiro. Os pedidos podem ser feitos para uma data ou para a reaplicação dos dois dias. As solicitações devem ser feitas na Página do Participante entre os dias 8 e 12 de fevereiro.

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