Senador flagrado com dinheiro na cueca pede que STF tranque inquérito contra si

O inquérito mira possível desvio de recursos de emendas parlamentares

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar
Os recursos eram destinados ao enfrentamento da pandemia em Roraima
Os recursos eram destinados ao enfrentamento da pandemia em Roraima

O senador Chico Rodrigues (DEM-RR), flagrado pela Polícia Federal com R$ 33 mil escondidos na cueca, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que encerre a investigação aberta contra ele por ‘falta de justa causa’. O inquérito mira possível desvio de recursos de emendas parlamentares destinados ao enfrentamento da pandemia em Roraima.

Em manifestação enviada ao gabinete do ministro Luís Roberto Barroso, relator do caso, a defesa do senador diz que seu endereço foi vasculhado pela PF há um ano e, desde então, não foram encontrados indícios de participação em irregularidades. Os advogados afirmam que a tese ‘se tornou insólita e manifestamente infundada’.

“Apresentado o cenário imediatamente subsequente às buscas, convém agora expor que as premissas iniciais adotadas pela investigação não se confirmaram após mais de 01 (um) ano do cumprimento da cautelar penal. Ademais, nem mesmo a busca na residência do requerente pode ser tida como eventual elemento corroborador dessas vazias hipóteses acusatórias em desfavor do Senador, mesmo com a localização de valores em espécie e com a narrativa de uma hipotética resistência na entrega daqueles”, diz um trecho do pedido.

A defesa também afirma que as apurações se alongam para além do prazo razoável e, por isso, devem ser trancadas.

Após ter sido descoberto por policiais federais tentando ocultar dinheiro na cueca durante o cumprimento de mandados de busca na Operação Desvid-19, em outubro do ano passado, o senador deixou a função de vice-líder do governo do presidente Jair Bolsonaro. O ministro Luís Roberto Barroso chegou a determinar o afastamento da função por 90 dias, mas a decisão foi suspensa depois que o próprio parlamentar pediu licença do cargo por 121 dias. Alvo de representação no Conselho de Ética do Senado, ele reassumiu o mandato em fevereiro.

Em agosto, a Polícia Federal pediu o indiciamento do senador atribuindo a ele os crimes de peculato, advocacia administrativa, dispensa e fraude a licitação, lavagem de dinheiro e embaraço a investigação.

Conteúdos relacionados