Revisão da Lei de Improbidade deve ter votação concluída amanhã
A previsão é que a análise do texto seja concluída na quarta-feira (6)
Arquivo –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (5) o projeto de lei que flexibiliza a Lei de Improbidade Administrativa. A proposta exige a comprovação de intenção (dolo) para a condenação de agentes públicos. Ainda faltam ser analisados destaques, que podem modificar o texto. A previsão é que a análise do texto seja concluída na quarta-feira (6).
A legislação dispõe sobre punições a agentes públicos, como prefeitos e governadores, em práticas de enriquecimento ilícito e outros crimes contra a administração pública. Com as mudanças, a Lei 8.429 de 1992 deixa de prever punição para atos culposos, atos praticados sem a intenção de cometer o ilícito.
Atualmente, a legislação categoriza improbidade administrativa “qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que cause lesão ao erário, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres”.
O relator do texto, deputado Carlos Zarattini (PT-SP), rebateu as críticas de que o texto reduza o combate à corrupção. Segundo o parlamentar, a medida fará a distinção entre improbidade e irregularidade.
“Eu sei que muitas vezes se tenta travar um jogo político, afirmando que esse projeto tenta reduzir o combate à corrupção, mas o combate à corrupção, a malversação dos fundos públicos, o dano ao patrimônio público, o enriquecimento ilícito e comportamentos claramente ímprobos continuarão sendo punidos por essa lei de improbidade”, argumentou. “E as irregularidades, que muitas vezes ocorrem nas administrações por erro, por omissões, de menor importância, continuarão sendo punidas, através de ações civis públicas e de ações populares que da mesma forma impõe sanções ao gestor público”, acrescentou.
Nepotismo
A única medida aprovada na sessão desta terça foi a rejeição da emenda incluída pelos senadores, na qual o nepotismo foi caracterizado como exceção à regra que exige dolo com finalidade ilícita para caracterizar nomeações como improbidade.
“A emenda que trata do nepotismo é inoportuna, na medida em que não contribui para a clareza, precisão e ordem lógica na interpretação do texto. Julgamos que o texto original aprovado nesta Casa, mais direto e claro, é o que melhor resguarda o interesse público, atenua a possibilidade de interpretações ambíguas da norma”, diz Zarattini. “O nepotismo, no artigo 11 do projeto, já é caracterizado como improbidade administrativa de forma muito límpida”, argumentou.
Impasse
A sessão foi encerrada após impasse entre os deputados em relação ao texto aprovado no Senado, que aumenta o prazo de inquérito para um ano, prorrogável por mais uma vez, desde que fundamentado. Também há o aumento do prazo de transição para a manifestação do interesse do Ministério Público de 120 dias para um ano. Apesar de ter sido costurado um acordo entre os deputados e senadores, havia parlamentares contrários à proposta.
Para o deputado Paulo Ganime (Novo-RJ), a medida “vai no sentido contrário ao combate à corrupção e à má administração pública”.
“Se for de fato interesse desta Casa aperfeiçoar a lei da improbidade, que outro projeto venha à tona, e não esse que, em nosso entendimento, beneficia aquele que quer ser o mau gestor ou que, por falta de cuidado com o bem público e com a gestão pública, é um mau gestor. Esse, às vezes, gera prejuízos iguais ou maiores até do que os prejuízos gerados pelo quem dolo, intenção”, argumentou.
Notícias mais lidas agora
- Morto com tiro na cabeça em rodovia era suspeito de roubo de joias avaliadas em R$ 1 milhão
- Homem morre na Santa Casa após sofrer descarga elétrica durante conserto em Campo Grande
- Menino de 9 anos morre depois de ter bicicleta atingida por motorista em MS
- VÍDEO: Motorista do Consórcio Guaicurus é flagrado usando celular enquanto transportava passageiros
Últimas Notícias
Corpo de trabalhador é retirado um dia após soterramento em poço
O colega foi resgatado e socorrido ao hospital do município, pelo Corpo de Bombeiros
Maioria do STF vota por manter símbolos religiosos em órgãos públicos
Para o MPF, a permissão dos símbolos viola os princípios constitucionais da liberdade de crença religiosa
Operário Caarapó e Dourados caem em grupos com Juventude e Vila Nova na Copinha
Operário Caarapó, campeão do Estadual Sub-20, está no Grupo 12
Bolsonaro: ‘Não se dá golpe com um general da reserva e meia dúzia de oficiais’
O ex-presidente afirmou que a palavra golpe “nunca esteve” em seu dicionário
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.