Pular para o conteúdo
Brasil

Relator do IR no Senado avisa que não tem prazo para dar parecer

A proposta inclui a retomada da taxação de lucros e dividendos distribuídos à pessoa física
Arquivo -
Agência Brasil
Agência Brasil

No momento em que a equipe econômica ainda tenta contar com a reforma do para destravar o lançamento do Auxílio Brasil (substituto turbinado do Bolsa Família), o relator do projeto no Senado, Angelo Coronel (PSD-BA), disse nesta segunda-feira, 18, que já avisou lideranças que “não dá para fazer um relatório sob pressão e na pressa que eles querem”

“Esse projeto só sai das minhas mãos… eu não tenho prazo, posso passar um ano, posso passar dois, passar três, ou até cinco anos, quando encerro meu mandato”, avisou Coronel, que participou de uma live promovida pelo Centro de Estudos das Sociedades de Advogados (CESA), entidade que entregou hoje um manifesto contrário à reforma do IR.

A proposta inclui a retomada da taxação de lucros e dividendos distribuídos à pessoa física, medida que seria a fonte de financiamento da ampliação de despesas com o Auxílio Brasil. Sem essa fonte de arrecadação, o governo não pode, pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), ampliar os valores do programa social de forma permanente.

Para Coronel, a demora na votação do IR não irá, por si só, enterrar a ideia de fortalecer os programas sociais. “O governo pode, só para cumprir a LRF, fazer um programa temporário por 24 meses, que não há necessidade de reforma do IR tão açodada”, disse. “(O governo) Não vai contar com a minha caneta para assinar um relatório nos moldes do que veio na Câmara”, afirmou o senador, citando ainda o ditado “devagar com o andor que o santo é de barro”.

Coronel também reafirmou que vai retirar da proposta a tributação de lucros e dividendos acumulados, uma vez que eles já foram tributados na empresa em 34%. “Tributação de lucros e dividendos acumulados? Isso aí está fora, jamais”, afirmou.

“Estou com minha consciência tranquila porque não vou contribuir com o maior contencioso fiscal que vai acontecer no Brasil se esse projeto for aprovado. Quem é que vai ter seu lucro acumulado, que já foi tributado a 34% lá atrás, e você agora ao distribuir dividendo pagar mais 15%, o que vai acontecer? O governo pensa que vai arrecadar e não vai arrecadar nada. O empresário que tiver esse recurso vai simplesmente ajuizar”, justificou.

O relator disse ainda que tem trabalhado por uma redução ainda maior na tributação sobre as empresas. Ele quer garantir uma redução de 34% para 23% da carga tributária que incide sobre o lucro das companhias. A queda adicional seria feita na alíquota da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL), tributo cobrado pelo governo federal que não é dividido com Estados e municípios.

No projeto aprovado pela Câmara, a tributação caiu para 26%, mas a redução da alíquota foi concentrada no Imposto de Renda da Pessoa Jurídica (IRPJ), cuja arrecadação é compartilhada com os governos regionais, que não aceitam ficar com um rombo nas suas receitas. A redução da CSLL prevista pelos deputados foi de 9% para 8%, mesmo assim atrelada ao corte de benefícios fiscais.

“Hoje eu fiz uma conta com alguns técnicos, para taxarmos dividendos – não os acumulados, os dividendos novos, se a gente reduzisse ainda o imposto para 23%, fechava a conta o dividendo a 15%. Mas eu sempre digo que reforma, na minha ótica, é para diminuir, para melhorar. Reforma para empatar fica como está”, afirmou. Segundo Coronel, ele já recebeu sinal verde para o corte a 23%. “Mas continuam amuados que tem que taxar o dividendo acumulado, e isso para mim é inegociável”, avisou.

 

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Investigado na CPI das Bets, Jon Vlogs é preso na Croácia

Contrato de horfifrútis na educação da Capital fica quase meio milhão mais caro

Imobiliárias não demonstram interesse em credenciamento para locação social

João Fonseca salta para 57ª colocação e conquista o melhor ranking da carreira

Notícias mais lidas agora

‘Quer um TAC?’ MPMS estuda acordo para livrar Patrola de processo por rodovia ‘despedaçada’

Batida entre caminhão-baú e picape acaba com motorista morto na BR-262 em Campo Grande

Com 15 feminicídios, Mato Grosso do Sul ocupa topo do ranking no país

Com Tatiane Miyasato, MDB define chapa pura para eleição suplementar de Bandeirantes

Últimas Notícias

Emprego e Concurso

Rede de supermercados promove feirão na Ary Coelho para preencher 250 vagas em Campo Grande

Feirão acontece de manhã apenas, das 8h às 12h desta quarta-feira

Emprego e Concurso

De médico a assistente social, processo seletivo da saúde encerra inscrições nesta segunda

As vagas incluem funções como médico psiquiatra, clínico geral, psicólogo, assistente social e enfermeiro

MidiaMAIS

Pura preguiça? Novidade causa estranheza em mercados de Campo Grande: ‘não é possível’

Compraria? Já tinha visto? Produto tem atraído olhares duvidosos e impressionados em supermercados da Capital

Transparência

R$111 mil: ‘Nova demanda’ da Sisep deixa fornecimento de insumo para obras mais caro

Firmado originalmente por R$ 493.065,20, o contrato passou para o total de R$ 604.731,75