Em reunião realizada no sábado (26), dirigentes de 11 partidos firmaram um compromisso em defesa do sistema do voto eletrônico e condenando a adoção da impressão das cédulas. Segundo a CNN Brasil, as siglas representam cerca de dois terços do Congresso Nacional, num total de 326 deputados federais e 55 senadores.

Participaram da videoconferência de pouco mais de uma hora, em ordem alfabética, Antonio Carlos Magalhães Neto (DEM), Baleia Rossi (MDB), Bruno Araújo (PSDB), Ciro Nogueira (PP), Gilberto Kassab (PSD), Luciano Bivar (PSL), Luis Tibé (Avante), Marcos Pereira (Republicanos), Paulinho Pereira da Silva (Solidariedade), Roberto Freire (Cidadania) e Valdemar Costa Neto (PL).

Parte dessas bancadas apoia o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), principal crítico da atual tecnologia e entusiasta do voto de papel. “É uma sinalização institucional desses partidos no sentido da confiança no atual modelo de votação e apuração do voto eletrônico. Não é uma discussão entre governo e oposição, é institucional”, disse o presidente nacional do PSDB, Bruno Araújo.

Em discussão

Trata-se da maior articulação partidária até agora em rejeição à proposta defendida por Bolsonaro e seus aliados – a deputada Bia Kicis (PSL-DF), presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, é autora de uma proposta de emenda à Constitução (PEC) que torna “obrigatória a expedição de cédulas físicas, conferíveis pelo eleitor, a serem depositadas em urnas indevassáveis, para fins de auditoria”. 

Em declarações a apoiadores e nas lives semanais, Bolsonaro chegou a afirmar que, “se o Congresso aprovar o voto impresso, vamos ter eleições com voto impresso e ponto final”.

Para ser aprovada, a PEC precisa dos votos de 308 deputados e 49 senadores. Ainda que não consigam unanimidade dentro de suas siglas, os dirigentes partidários conseguiriam uma mobilização suficiente para impedir que a emenda tenha esse quórum de parlamentares favoráveis à proposta.