A nova cepa do SARS-CoV-2, o novo , está se disseminando mais em jovens com menos de 20 anos. Na quinta-feira (31), pesquisadores de identificaram a variante B.1.1.7 no estado vizinho.

“No Reino Unido eles estão comparando as taxas anteriores de transmissão dessa nova variante com a taxa de transmissão agora. O resultado é que antes era um pouco abaixo de 1 e agora estão com taxa de 1.3 e 1.7. Essa variação acima, onde mais gente está se infectando a partir de um único caso, é o que traz essa ideia que temos vistos em artigos – no Reino Unido o aumento de casos está entre 50 a 60%. Se lá atrás havia alguma dúvida de que essa nova cepa é mais transmissível, isso parece bastante claro agora”, explicou à CNN Brasil o virologista Fernando Spilki, professor da Feevale, do Rio Grande do Sul.

Para o especialista, o relaxamento das medidas de proteção contra a pode estar tornando essa faixa etária mais vulnerável, o que acaba levando o vírus para grupos com mais idade.

Nova variante do coronavírus atinge mais jovens com menos de 20 anos
Virologista Fernando Spilki, professor da universidade Feevale, do Rio Grande do Sul (Foto: Eduardo Cruz, GES)

“Os mais jovens não necessariamente são mais suscetíveis a essa variação do vírus, todos na verdade são, mas acaba de sair agora à tarde um artigo da Universidade de Oxford que afirma que todas as faixas etárias são suscetíveis, mas impressiona no primeiro momento que em pessoas abaixo de 20 anos houve um registro importante de casos em uma faixa etária que antes era menos atingida pelo vírus. Isso revela dois alertas: isso não significa que os mais velhos não estão suscetíveis e parece que essa nova cepa se espalha melhor nos mais jovens, o que impactará certamente o retorno das aulas e a campanha de vacinação. O fato é que nós estamos dando espaço, campo livre, para que o vírus fique livre e evolua. Os surtos dessa variante estão relacionados ao relaxamento do comportamento social dos mais jovens. A própria variante da África do Sul parece ter sido muito beneficiada devido às festas de jovens e adultos. Isso é muito preocupante, estamos dando muita chance para que essa transmissão ocorra”, destacou.

Spilki alerta que essa cepa pode ser identificada em breve em outros estados brasileiros. “Conhecendo o histórico de como as diferentes linhagens se disseminam no país, esse tráfego aéreo é a origem das linhagens que estão ganhando espaço no Brasil. Estamos investigando a geração de novas variações no Brasil também, mas será mais difícil que conseguir conter essa linhagem em São Paulo. O histórico mostra que as linhagens acabam se espalhando pelo país a partir desses polos de importação de pessoas que chegam infectadas”, finalizou.