“A gente vê que o governo e seus aliados têm outra intenção ao incluir governadores e prefeitos. O interesse é diversionista: desfocar o trabalho”, disse ao Estadão o governador do , Eduardo Leite (PSDB). Ainda segundo o governador gaúcho, a intenção do governo federal é “terceirizar responsabilidades.”

O tucano segue a mesma linha do governador do Piauí, Wellington Dias (PT). “A CPI não pode ser porque alguém quer. Não pode ser uma decisão simplesmente política”.

Para o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), um dos principais antagonistas do presidente Jair Bolsonaro nas medidas de combate à pandemia do novo coronavírus, a função de investigar os governos locais é das Assembleias Legislativas e das Câmaras municipais. “Em São Paulo não temos medo CPI, mas a CPI do Senado deve ser preservada e não tergiversar”, afirmou o governador paulista.

Os governadores falaram ao Estadão antes da leitura do requerimento de instalação da CPI pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), ato que marca a abertura da comissão. Pacheco ampliou o escopo inicial da comissão, que era de investigar apenas as ações do governo federal, e incluiu a possibilidade de apuração dos repasses feitos aos Estados e municípios. A decisão opôs governadores e prefeitos ao senador Izalci Lucas (PSDB-DF), que atuou nos bastidores alinhado ao Palácio do Planalto.

O governador do Espírito Santo, Renato Casagrande (PSB) afirmou, após a decisão de Pacheco, que a CPI ficou “no limite da legalidade”. “Nossa preocupação é eles tentarem abarcar todos sem chegar a nenhum resultado.”

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.