IBGE apela para que população atenda entrevistadores por telefone

Prestes a completar um ano de entrevistas por telefone na sua principal pesquisa sobre mercado de trabalho e indicadores sociais, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fez um apelo nesta quinta-feira, 28, para que a população atenda os telefonemas de seus pesquisadores. Em […]

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Prestes a completar um ano de entrevistas por telefone na sua principal pesquisa sobre mercado de trabalho e indicadores sociais, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) fez um apelo nesta quinta-feira, 28, para que a população atenda os telefonemas de seus pesquisadores.

Em 17 de março de 2020, o IBGE suspendeu as entrevistas presenciais e, desde então, vem correndo atrás para obter os números de telefone das famílias escolhidas como informantes.

O trabalho é gigantesco. A Pnad coleta informações em 3.464 municípios. Por mês, cerca de 2 mil pesquisadores entrevistam em torno de 70 mil famílias, numa amostra que soma 211 mil municípios a cada trimestre.

Cada família selecionada para ser entrevistada dá uma entrevista por trimestre, ao longo de cinco trimestres seguidos, de forma que o conjunto de entrevistados vai mudando, lentamente, ao longo do tempo.

Dessa forma, há entrevistados que só deram entrevistas por telefone e não chegaram a ter contato pessoal com os entrevistadores, antes da pandemia. Segundo Gustavo Geaquinto, coordenador da Pnad Contínua em Minas Gerais, “pouco mais de 80%” do conjunto de entrevistados fizeram a primeira entrevista já por telefone.

“Os últimos entrevistados presencialmente estão saindo (da amostra) agora”, afirmou Geaquinto.

Até agora, pelo menos uma parte dos entrevistados chegou a fazer ao menos uma entrevista presencial, no início de 2020. Com a continuidade da pandemia, a tendência é que todo o conjunto de entrevistados passe a não ter tido contato presencial com os entrevistadores, o que é um desafio adicional para o IBGE.

“É um esforço muito grande. Com tanto golpe que tem, existe sempre uma desconfiança”, afirmou Eduardo Rios-Neto, diretor de Pesquisas do IBGE.

Para viabilizar as entrevistas por telefone, o IBGE ajustou sua operação. Correu atrás de bases de dados telefônicos com as operadoras de telefonia. Cruzou informações de endereços com os números de telefone. Mandou cartas e telegramas para as pessoas. Os contatos presenciais anteriores à pandemia foram insuficientes, seja porque é comum as pessoas trocarem o número do celular, seja porque a maioria da população usa linhas de celulares pré-pagos, para as quais não se exige endereço fixo.

Ao mesmo tempo, os entrevistadores, que, em sua maioria, passaram a trabalhar de casa, ganharam chips de celular para fazer as chamadas e receberam treinamento.

Para romper a desconfiança, o IBGE criou uma área em seu site – www.respondendo.ibge.gov.br – e uma central de atendimento – 0800-721-8181 – pelas quais é possível conferir a identidade do entrevistador, utilizando sua matrícula, RG ou CPF, que podem ser solicitados no primeiro contato.

Segundo o IBGE, a migração para as entrevistas por telefone não chegou a comprometer a qualidade dos dados, mas houve um aumento da proporção de entrevistas não realizadas.

Antes da pandemia, no modelo tradicional presencial, em torno de 90% das entrevistas previstas eram realizadas. Com a pandemia, caiu para a casa de 60%. Embora estudos do IBGE tenham indicado que essa queda não compromete a qualidade dos principais indicadores divulgados com base trimestral, isso prejudica a desagregação dos dados a nível municipal.

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