Guedes e presidente do Banco Central tem empresas em paraísos fiscais, diz reportagem

Série de reportagens revelaram economia que beneficia os ricos e as elites às custas dos demais

Ouvir Notícia Pausar Notícia
Compartilhar
Guedes foi um dos nomes citados nos documentos vazados pelas reportagens
Guedes foi um dos nomes citados nos documentos vazados pelas reportagens

Série de reportagens da revista Piauí expôs que o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, mantém empresas offshores, aquelas em países onde há menor tributação para fins lícitos. Ambas as empresas foram mantidas mesmo após a entrada deles no governo federal. 

De acordo com a reportagem, Guedes não respondeu se fez investimentos após assumir o cargo, algo que desrespeitaria normas do serviço público e da Lei de Conflito de Interesses, mas sua empresa segue em funcionamento.

Já Campos Neto também manteve offshores por 15 meses após assumir seu cargo, mas disse que respeitou as normas e não realizou investimentos a partir do momento em que entrou no governo.

Guedes e Campos Neto atuaram na decisão que alterou as regras para donos de offshores, quando se elevou o limite do valor depositado no exterior que precisa declarado. De acordo com a “Pandoras papers”, nome dado à série de publicações, essa decisão pode representar um conflito de interesses.

As empresas de Guedes e de Campos Neto estão sediadas nas Ilhas Virgens Britânicas, um paraíso fiscal onde não se cobra impostos de offshores, relata o Poder360 – site que também fez as apurações. 

O site lembra que é “legítimo ter uma offshore no Brasil, desde que ela seja declarada à Receita Federal e ao Banco Central, e o dinheiro tenha origem lícita”. “Quem tem cargo público, no entanto, está sujeito a regras para impedir o autofavorecimento.”

Pandoras Papers

O El País classificou a série de reportagens como a maior parceria jornalística da história, que revelaram os segredos financeiros de 35 atuais e antigos líderes mundiais e mais de 300 ocupantes de cargos públicos em mais de 90 países e territórios, além de um elenco global de foragidos, estelionatários e homicidas.

Os milhões de documentos secretos vazados expõem as transações offshore do rei da Jordânia, dos presidentes da Ucrânia, Quênia e Equador, do primeiro-ministro da República Tcheca e do ex-premiê britânico Tony Blair. Os arquivos também detalham atividades financeiras do “ministro extraoficial de propaganda” do presidente russo, Vladimir Putin, e de mais de 130 bilionários da Rússia, Índia, Estados Unidos, México e outros países.

Conteúdos relacionados

lula