Os grupos de WhatsApp e listas de Telegram bolsonaristas se converteram ao longo da segunda-feira (6) em “agências de notícias”, distribuindo uma profusão de vídeos sobre a mobilização para os atos de 7 de setembro convocados por Jair Bolsonaro contra o Supremo Tribunal Federal.

Durante o dia, centenas de caminhões rumando para Brasília e manifestantes em viagens de ônibus foram se acumulando. Até que, no início da noite, eles registraram o que chamaram de “invasão” da Esplanada dos Ministérios — o momento em que os manifestantes furaram o bloqueio montado pela Polícia Militar de Brasília para proteger a área onde ficam os ministérios e a Praça dos Três Poderes.

Após esse momento, proliferaram nas redes vídeos em que os seguidores do presidente narravam o que acontecia em primeira pessoa. “Tomaram a capital” Invadiram a Esplanada dos Ministérios. Todos os caminhões do agronegócio invadiram, só saem de lá com o STF fechado. Estou chorando, a emoção é demais. Que coisa linda!”, dizia um deles, com a voz embargada. “Travaram a capital. Bora, vai para a rua amanhã, faça sua parte! É hora de virar o jogo!”.

Ao som de buzinas de um caminhão e de carros que passavam pelo local, eles seguravam placas pedindo a destituição de ministros do Supremo Tribunal Federal e cartazes pedindo que Jair Bolsado use as Forças Armadas para intervir no Legislativo e no Judiciário.

As mensagens e vídeos foram ficando mais frequentes à medida que a mobilização se intensificava, refletindo o momento registrado nas públicas do presidente.

Segundo monitoramento da consultoria especializada Bites, os perfis de Bolsonaro nas redes sociais somaram uma média de 165.344 interações por posts nos últimos sete dias — 32% mais do que a média de 124.474 em cada publicação do presidente da República.

*O Globo, Malu Gaspar