Pular para o conteúdo
Brasil

Gilmar pede que Justiça explique o uso da Lei de Segurança Nacional contra críticos de Bolsonaro

Mendes assinou dois despachos, em habeas corpus movidos pela DPU e por um grupo de advogados
Arquivo -

O ministro , do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou nesta segunda-feira, 5, que o Ministério da Justiça apresente esclarecimentos dentro de cinco dias sobre o uso da LSN (Lei de Segurança Nacional) contra críticos do governo do presidente Jair Bolsonaro. O ministro também cobrou explicações da Polícia Militar do Distrito Federal e da Polícia Civil do .

Mendes assinou dois despachos, em habeas corpus movidos pela DPU (Defensoria Pública da União) e por um grupo de advogados. “Com base na causa de pedir e nos pedidos formulados à inicial, determino que sejam solicitadas informações, no prazo de 5 (cinco) dias, às seguintes autoridades coatoras:

  • Ministro da Justiça e Segurança Pública
  • Comandante Geral da Polícia Militar do Distrito Federal
  • Secretário da Polícia Civil do Rio de Janeiro”, determinou o ministro.

A DPU pediu ao Supremo a concessão de salvo-conduto às pessoas que estiverem promovendo pacificamente manifestação de opinião política, impedindo quaisquer medidas de coerção fundamentadas na Lei de Segurança Nacional. A Defensoria também quer que o STF determine às secretarias de segurança publica que orientem as polícias a não restringir, “de maneira alguma, a liberdade de mera manifestação da opinião política”.

O número de procedimentos abertos pela Polícia Federal para apurar supostos delitos contra a segurança nacional aumentou 285% nos dois primeiros anos do governo Bolsonaro, quando se compara o mesmo período das gestões Dilma Rousseff e Michel Temer, conforme informou o Estadão. Entre 2015 e 2016 houve um total de 20 inquéritos. Na primeira metade da administração Bolsonaro, o número saltou para 77 investigações.

Desgaste

A estratégia do Palácio do Planalto de recorrer à como instrumento para reprimir opiniões negativas e ácidas contra o governo do presidente Jair Bolsonaro provocou desgastes à imagem do advogado-geral da União, André Mendonça, no Supremo Tribunal Federal. Criticada por integrantes da Corte, a legislação é alvo de quatro ações que tramitam no tribunal. Mendonça deixou o comando do Ministério da Justiça na semana passada e é um dos nomes favoritos para a vaga que será aberta em julho no Supremo, com a aposentadoria compulsória do decano, ministro Marco Aurélio Mello.

Integrantes do Supremo ouvidos sob reserva pelo Estadão/Broadcast têm desaprovado, porém, a forte ofensiva do governo contra críticos de Bolsonaro, como o uso da Lei de Segurança Nacional. Recentemente, Mendonça também se valeu do Código Penal para tentar enquadrar como crime contra a honra os autores de outdoors que divulgaram, em Tocantins, a mensagem de que Bolsonaro “não vale um pequi roído” e que “Palmas quer impeachment já”. O Ministério Público Federal pediu o arquivamento do caso, que tramita na Justiça Federal do DF.

A lei serviu, ainda, para a Polícia Civil do Rio intimar o youtuber (após o influenciador digital chamar Bolsonaro de “genocida”) e para o Ministério da Justiça pedir a investigação da publicação de uma charge na qual Bolsonaro aparece transformando a cruz vermelha (símbolo de hospitais) na suástica nazista. O Ministério da Justiça também solicitou abertura de inquérito contra o colunista Hélio Schwartsman por ele ter escrito artigo no jornal Folha de S.Paulo intitulado “Por que torço para que Bolsonaro morra”.

O uso da Lei de Segurança, no entanto, não se restringe ao governo. O próprio STF recorreu ao dispositivo para justificar a abertura do chamado “inquérito das fake news”, que investiga notícias falsas, ofensas e ameaças contra os ministros do tribunal, e para determinar a prisão do deputado federal bolsonarista (PSL-RJ). Juristas veem “instrumento de perseguição” e têm defendido a reforma na LSN.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais
pupy elefanta posto de gasolina 2

Viaja deitada? 8 fatos sobre Pupy, a elefanta que parou em posto de gasolina em MS

Atacadista recebe testagem gratuita para ISTs, HIV e hepatites neste sábado

Campo Grande

De olho no mercado da celulose, grupo chinês visita Campo Grande

Semana Santa: Confissões, jejum e fé renovam a caminhada espiritual dos fiéis

Notícias mais lidas agora

Em 10 dias, quatro mulheres foram esfaqueadas por ex-companheiros em MS

pupy elefanta posto de gasolina 2

Viaja deitada? 8 fatos sobre Pupy, a elefanta que parou em posto de gasolina em MS

Semana Santa: Confissões, jejum e fé renovam a caminhada espiritual dos fiéis

Vai pegar estrada antes do feriadão? A BR-163 passa por obras nesta quinta-feira

Últimas Notícias

Economia

Litro do diesel terá redução de R$ 0,12 a partir desta sexta-feira 

Impacto na bomba será de R$ 0,10 e o preço passará a ser de R$ 3,43 por litro

Polícia

Prestador de serviços tem moto furtada ao sair para tomar Acaí com esposa

Veículo estava a cerca de 100 metros do casal quando foi furtado

Artigo

Ratificações dos registros imobiliários decorrentes de alienações e concessões de terras públicas situadas na faixa de fronteira

Por Luiz Tadeu Barbosa Silva (Desembargador do TJMS) e Itaro de Assis Cavalcante Asato (Oficial Registrador de Imóveis Substituto)

Política

Transporte escolar pode ser obrigado a ter nova destinação após 10 anos de uso

Estados e municípios poderão destinar veículos adquiridos com recursos federais para áreas como saúde, esporte e agricultura