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Brasil

Filho diz que Flordelis sabia do assassinato do marido

Conselho de Ética decidirá se mantém ou cassa mandato da deputada
Arquivo -

A testemunha Lucas dos Santos de Souza, filho adotivo da deputada (PSD-RJ), afirmou nesta segunda-feira (19) que não havia como a parlamentar não saber do planejamento do assassinato de seu marido, o pastor Anderson do Carmo, ocorrido em junho de 2019, em Niterói (RJ).

O depoimento de Lucas, que está preso, foi dado em videoconferência ao Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara dos Deputados. A deputada Flordelis é acusada pelo Ministério Público do de ser a mandante do crime. Ela nega.

De forma breve, Lucas respondeu a perguntas do relator do caso, deputado Alexandre Leite (DEM-SP). O relator quis saber se Anderson do Carmo teria morrido da forma como morreu sem que Flordelis soubesse. “Não, não tinha [maneira]”, respondeu a testemunha.

“Você acha que o Anderson estaria vivo se a Flordelis não tivesse participado ou se ela tivesse conhecimento e tivesse intervido para que não acontecesse e isso, ainda assim, teria ocorrido?”, questionou ainda Alexandre Leite. “Não, não teria ocorrido, não. Com certeza, não teria ocorrido. Estaria vivo até hoje”, respondeu Lucas de Souza. Por outro lado, ele negou que Flordelis tenha dado diretamente a ordem para o crime.

Arma do crime

Lucas foi preso sob a acusação de ter comprado a arma do crime, encontrada na casa da deputada. Outro filho de Flordelis, Flávio dos Santos, é apontado como autor dos disparos e foi preso no velório do padrasto.

Em seu depoimento ao Conselho de Ética, Lucas também disse que quem entrou em contato com ele pela primeira vez, para tratar do crime, em janeiro de 2019, foi outra filha adotiva de Flordelis, Marzy Teixeira, que confessou ter dado o dinheiro a Lucas para matar Anderson.

“Ela me ofereceu um dinheiro, falou que o Anderson estava atrapalhando a vida dela, a vida da minha mãe. Na época eu estava no tráfico de drogas. Ela me ofereceu um valor de R$ 10 mil e alguns relógios”, disse Lucas.

Já quem teria financiado a compra da arma, que custou R$ 8,5 mil, teria sido Flávio. “Ele [Flávio] falou que estavam ameaçando ele, queria comprar para poder se defender”, explicou Lucas. Flávio, no entanto, não tinha condições financeiras, segundo Lucas, e o dinheiro possivelmente seria de Flordelis.

Carta na cadeia

Lucas de Souza teria ainda recebido orientação na cadeia para assumir a autoria do crime. Inclusive, teria assinado uma carta enviada por Flordelis nesse sentido. “Uma dessas cartas ela mandou pedindo para eu assumir a autoria do crime, senão podia atrapalhar ela, falou que iam prender ela, que ela não ia me abandonar, ia me dar toda a assistência”, disse o filho adotivo.

Ao advogado Anderson Rollemberg, que defende Flordelis, Lucas disse ainda que era de conhecimento de todos da casa que Marzy queria matar Anderson, inclusive da própria vítima.

A defesa

No mês passado, Flordelis foi ouvida pelo Conselho de Ética e voltou a dizer que é  inocente. Ela alegou que não pode ser julgada e condenada antes que todo o processo seja concluído. Segundo Flordelis, a mandante do assassinato foi sua filha Simone.

 

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Andrea responde a perguntas do deputado Alexandre Leite. (Foto: Reprodução / YouTube / Câmara dos Deputados)

Andrea Maia

Também depôs nesta segunda a testemunha Andrea Santos Maia. Ela está presa e é acusada de fraudar carta em que o filho de Flordelis confessa a morte do pastor. Aos parlamentares, no entanto, ela disse que era líder comunitária de famílias de internos e prestava serviço voluntário de visitas no presídio, até porque o marido dela também está preso. Por essa razão, teria conhecido a deputada Flordelis.

Andrea negou ao deputado Alexandre Leite que tenha recebido dinheiro da parlamentar para levar qualquer carta. “Ela nunca me pediu para levar carta alguma. Eu passo por scanner corporal de alta precisão. Eu não teria como entrar no presídio com uma carta volumosa sem ser detectada pelo scanner ou pelas guardas da revista”, esclareceu a depoente.

O advogado Anderson Rollemberg reforçou que o trabalho de Andrea era humanitário e que depósitos bancários teriam a ver com ajuda material. “Ficou provado no processo que a senhora é uma guerreira. A senhora promovia não só para a deputada, mas para outros parentes de presos, essa ajuda material: levar comida no dia de custódia, levar eventualmente um chinelo que precisa, uma camisa, tanto vestuário como alimentação”, listou.

Outras pessoas, a maioria da família de Flordelis, também estão presas, acusadas de envolvimento no crime.

Ao fim do processo, o Conselho de Ética da Câmara poderá propor o arquivamento ou punições, como advertência, suspensão ou cassação do mandato da deputada Flordelis. São necessários 257 votos favoráveis à cassação no Plenário para que a deputada perca do mandato.

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