Pular para o conteúdo
Brasil

Estoque de carros nas fábricas e concessionárias é o menor da história

Os estoques de automóveis nas fábricas e concessionárias entram em 2021 no seu menor nível de todos os tempos. Segundo dados divulgados pela Anfavea, a associação que reúne as fabricantes do setor, o volume de carros hoje é suficiente para apenas 12 dias de venda. Em condições normais, esse estoque gira em torno de 30 […]
Arquivo -
Os estoques de automóveis nas fábricas e concessionárias entram em 2021 no seu menor nível de todos os tempos. Segundo dados divulgados pela Anfavea, a associação que reúne as fabricantes do setor, o volume de carros hoje é suficiente para apenas 12 dias de venda. Em condições normais, esse estoque gira em torno de 30 a 35 dias de venda.

Uma das principais causas dessa situação é a falta de peças, um problema que se arrasta desde o ano passado e que tem se mostrado um limitador à retomada da produção. Além disso, as montadoras ainda têm de lidar com as restrições impostas pela covid-19, com a exigência de distanciamento social impedindo o pleno funcionamento das linhas de produção.

A indústria vem tentando contornar esses problemas com horas extras (para compensar os atrasos de produção), transporte aéreo de componentes – uma solução cara, que visa a encurtar os prazos de entrega – e até mesmo substituição, quando possível, de materiais.

Ainda assim, no caso das autopeças, nem sempre é possível evitar interrupções nas linhas, como aconteceu na General Motors (GM). A empresa foi obrigada a adiar em três dias a volta do recesso de na fábrica de São José dos Campos (SP), porque não havia peças suficientes para retomar a produção da picape S10 e do utilitário esportivo TrailBlazer.

O retorno dos operários, previsto para segunda-feira desta semana, só aconteceu na quinta-feira. Segundo informações do sindicato local, não comentadas pela montadora, pouco antes do recesso a GM já tinha parado por um dia o segundo turno dos modelos produzidos em São José pelo mesmo motivo.

Peças de aço e pneus seguem entre os itens mais escassos. Porém, também há relatos de falta de materiais plásticos e vidro. Ontem, durante a divulgação dos resultados finais da indústria automotiva em 2020, a Anfavea jogou um balde de água fria na esperança, manifestada por alguns industriais, de normalização do quadro já na segunda quinzena deste mês.

A tendência é que o problema de desabastecimento se arraste até, pelo menos, fevereiro, já que restrições decorrentes da segunda onda de contaminações da covid-19 prejudicaram produção e logística de fornecedores no exterior.

Segundo o presidente da Anfavea, Luiz Carlos Moraes, a reescalada da provoca atrasos de produção, muda as rotas logísticas e torna mais lento o desembaraço de suprimentos nos portos. “Não dá para afirmar que o assunto está totalmente resolvido. Esperamos que a segunda onda não traga mais problemas para que a gente possa administrar isso da forma mais serena possível. O risco, porém, ainda existe.”

Cadeia

O desarranjo não é uma exclusividade da produção automotiva, mas tem sido acentuado neste setor por se tratar de uma cadeia longa, de muitos elos. Não só no Brasil, mas em todo mundo, a cadeia de suprimentos não consegue acompanhar a arrancada, superior às expectativas, observada nas linhas de montagem de bens de consumo depois do choque da pandemia. Com os protocolos de prevenção, o número de operários trabalhando simultaneamente nas fábricas teve de ser reduzido, levando a uma nova cadência das linhas e, consequentemente, uma fila de espera entre clientes.

Como não é possível acelerar muito mais o ritmo durante o expediente normal, mesmo num momento de alta ociosidade na indústria, as fábricas vêm trabalhando, em alguns casos, por mais tempo. Montadoras como a Fiat e a Caminhões, que produz veículos comerciais pesados no sul do , não pararam, como costuma acontecer, nas duas últimas semanas do ano A exceção, claro, foram os feriados de Natal e ano-novo.

“Desde que as fábricas voltaram a funcionar após várias semanas de paralisação, todas adotaram rigorosos protocolos sanitários. Eles já começam no transporte dos colaboradores, e seguem com medição de febre em vários períodos, divisórias de acrílico e espaçamento nos refeitórios, higienização constante de vestiários, banheiros, postos de trabalho, equipamentos e ferramentas, e também com o escalonamento das equipes”, diz Moraes. “Tudo isso reduz um pouco a cadência de produção, sem falar nos afastamentos de funcionários de grupos de risco, daqueles com suspeita de doença ou positivos para covid.”

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais
bolsonaro moraes

Moraes autoriza Bolsonaro a receber visita de médicos particulares

Embaixada dos EUA diz estar ‘monitorando de perto’ e ameaça aliados de Moraes: ‘Estão avisados’

Tereza Cristina pauta votação impeachment

Tereza diz que obstrução foi ‘gesto para o diálogo’ e cobra votação de impeachment

Jornada Estadual busca valorizar a memória coletiva e tradições do estado; abertura será dia 11

Notícias mais lidas agora

Novo ataque de onça assusta e moradores expõem que nada foi feito para prevenir tragédia em MS 

nelsinho tereza

Nelsinho e Tereza compõem Comissão Temporária do Senado para negociar ‘tarifaço’ com EUA

‘Nikolas levou murro no saco’, afirma deputado sobre empurrão de Camila Jara

angélica concurso

Justiça livra ex-prefeito acusado de pagamentos ilegais de diárias em Angélica

Últimas Notícias

Mundo

Trump minimiza prazo dado a Putin para encerrar guerra na Ucrânia: ‘vai depender dele’

Trump evitou confirmar se o encontro com presidente russo e Zelensky ocorrerá

Cotidiano

Com onça à espreita em Corumbá, saiba como se proteger de encontros com animais selvagens

Campo Grande terá evento para discutir estratégias de prevenção em agosto

Brasil

Vereadores de Belém declaram Trump ‘persona non grata’ a três meses da COP30

Capital do Pará vai sediar a conferência em novembro deste ano

Política

‘Falsa e irreal’, diz Vander sobre acusação contra Camila em polêmica com Nikolas Ferreira

Deputado do PL diz ter sido empurrado por Camila Jara na Câmara dos Deputados