O acirramento da crise institucional provocada pelas críticas do presidente Jair Bolsonaro aos demais Poderes fez com que Judiciário e Congresso deixassem em compasso de espera algumas pautas de interesse do governo, redirecionando os trabalhos na Praça dos Três Poderes. Foram adiadas decisões que poderiam agravar ainda mais o cenário político diante dos atos públicos organizados para hoje por seguidores do presidente — e com o apoio dele.

Alvo principal dos ataques de Bolsonaro, o Supremo Tribunal Federal (STF), mesmo mantendo de pé investigações que têm o presidente como alvo, preferiu tirar da pauta julgamentos cujos temas carregam potencial para acirrar os ânimos. A tensão gerada pelos movimentos insuflados pelo presidente para este 7 de Setembro fez com que, internamente, houvesse a avaliação de que o momento não era adequado para finalizar a análise do marco temporal para a demarcação de terras indígenas, iniciado no dia 25.

Os debates em torno do caso se arrastaram por três sessões, uma medida para tentar retirar o assunto — sobre o qual o Bolsonaro fez diversas críticas — da pauta dos atos bolsonaristas.

Outro caso que estava previsto para ser analisado antes das manifestações, mas foi remarcado, diz respeito ao foro privilegiado do senador Flávio Bolsonaro no caso das “rachadinhas” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). O julgamento chegou a ser marcado para o último dia 31 pelo ministro Nunes Marques, num aceno ao presidente da República, mas teve um pedido de adiamento concedido e foi levado para o próximo dia 14. Embora a tendência na Segunda Turma do STF seja favorável à tese defendida pela defesa do filho do presidente, havia, nos bastidores, a avaliação de que o momento político não era propício.

*Com informações Extra