Tentando um emprego para designer gráfico, uma mulher se interessou em uma vaga no Superior Tribunal Militar e ao mandar mensagem para se candidatar, foi surpreendida com o fato do trabalho ser apenas para homens.

A conversa aconteceu por WhatsApp, no dia 20 de janeiro e a mulher é do e preferiu não se identificar. Ela conta que descobriu a vaga por meio de um grupo de oportunidades de emprego e ficou bem interessada.

À coluna Grande Angular, ela explica: “Tinham falado que era uma vaga para o STM, o valor do salário e só. Então, mandei uma mensagem para a pessoa e falei que estava interessada. Ela me respondeu logo em seguida, dizendo que era só para homens. Achei estranho”, relatou.

Ela conta que foi a primeira vez que sofreu a descriminação de gênero tão descarada. Quando leu a mensagem até pensou se não poderia ser uma espécie de brincadeira. “Eu cheguei a pensar: ‘É sério isso?' E até me senti meio mal. Talvez já tenha passado, sim, mas tão na cara assim, foi a primeira vez. Participei de processo seletivo para fotógrafa e não fui aceita por causa da idade”, lembrou.

No anúncio, a vaga era para designer gráfico, era necessário ter faculdade na área e o salário de R$ 5,7 mil com alguns benefícios. Também havia o telefone e nome do responsável pelas contratações, não tinha nenhuma indicação sobre o .

Em resposta a reportagem da coluna Grande Angular, o profissional da área há 27 anos, Gustavo Tomé de Oliveira afirma que não existe qualquer atividade no campo do que justifique a exigência de gênero.

“É a maior ignorância que já ouvi na minha vida. Design é empatia”, resumiu. “O trabalho do designer, com bacharelado, envolve pesquisa de etnografia para entender quem é o público que vai utilizar o trabalho feito por ele. Esse é o papel: pesquisar, entender, propor e desenvolver soluções para um problema específico”, pontuou.