Crianças arcam com o pior da covid-19, dizem estudos do Vaticano

As pesquisas, que se baseiam em dados acadêmicos e científicos

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Agência Brasil
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As crianças de todo o mundo estão arcando com o pior da pandemia de covid-19, sendo alvo de aumentos acentuados de violência, abuso, trabalho infantil, evasão escolar e desnutrição, revelam dois estudos do Vaticano divulgados hoje (22).

As pesquisas, que se baseiam em dados acadêmicos e científicos, da Organização das Nações Unidas (ONU) e de outros materiais de consulta, foram realizadas pelo escritório de desenvolvimento do Vaticano e pela Pontifícia Academia para a Vida.

“Relatos de violência, abuso e exploração de crianças aumentam acentuadamente desde que a pandemia começou. Comunidades mais pobres arcam desproporcionalmente com estas adversidades”, disse um dos estudos.

Mortes

Segundo eles, estima-se que até setembro mais de 5 milhões de crianças perderam para a pandemia um dos pais, um avô detentor da guarda ou um cuidador secundário – ou um pai ou cuidador a cada 12 segundos.

A pandemia reverteu uma tendência animadora de redução da pobreza, lançando 150 milhões de crianças a mais nesta condição e aumentando o número de crianças submetidas ao trabalho infantil para 160 milhões.

A insegurança alimentar crescente provocou entre seis e sete milhões de casos novos de desnutrição em crianças menores de cinco anos, o que se traduziu em cerca de 100 mil mortes por mês em 2020, 80% delas no sul da Ásia ou na África subsaariana.

A taxa de evasão escolar estava aumentando consideravelmente no sul do planeta e se estima que dez milhões de crianças de todo o mundo podem nunca mais voltar às salas de aula.

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