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Brasil

‘Bolsonaro deve admitir erro e propor um pacto’, afirma Michel Temer

Com a pandemia do coronavírus cada vez mais fora de controle no País, o ex-presidente Michel Temer avalia que seria importante que Jair Bolsonaro liderasse um pacto nacional entre todas as instâncias de poder para tentar conter a doença. Aos 80 anos, o experiente político do MDB já foi procurado pelo presidente para trocar ideias. […]
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Com a do coronavírus cada vez mais fora de controle no País, o Michel Temer avalia que seria importante que Jair Bolsonaro liderasse um pacto nacional entre todas as instâncias de poder para tentar conter a doença. Aos 80 anos, o experiente político do MDB já foi procurado pelo presidente para trocar ideias. E disse que, se Bolsonaro quiser saber sua opinião sobre a pandemia, fará a sugestão de que ele convoque uma entrevista coletiva, reconheça erros, defenda vacinação em massa e aceite políticas de isolamento social. O novo mantra do governo deveria, segundo ele, ser “unidos e vacinados”.

“Se o presidente toma uma atitude dessa natureza, o povo se tranquiliza. Ele manda um sinal”, disse Temer em entrevista ao Estadão. “Não dá para ignorar a pandemia, que está num ritmo e velocidade assustadores.” Para Temer, a lógica da preservação da economia é compreensível, mas não pode vir antes da saúde. “Eu sempre digo, a economia pode ir mal nesse momento. Mas ela se recupera. A vida você não recupera”, afirmou. Mesmo sendo uma das vozes mais influentes no MDB, Temer destacou que esse não é o momento de o partido se ocupar com as eleições de 2022. “Não podemos deixar que essas discussões contaminem negativamente essa unidade que é indispensável agora, em 2021, para o combate ao coronavírus.”

Como o sr. analisa o impacto da pandemia na vida do País?

Naturalmente, tudo isso tumultuou muito a vida dos brasileiros. Esse é o primeiro ponto. O segundo ponto é sobre o que o presidente da República poderia fazer, aproveitando a oportunidade da mudança do ministro da Saúde. Vou dar um palpite Poderia chamar uma entrevista coletiva e dizer: ‘Olha, vocês sabem que, ao longo do tempo, eu sempre combati esse isolamento social preocupado com a economia. Nós temos de conjugar a economia com a saúde. Com a vida do cidadão. E, evidentemente, como aumentou muito a pandemia, eu vou ampliar o que já estou fazendo. Vou comprar muitas vacinas. O governo está empenhado em comprar milhões e milhões de doses. Vou propor, realmente, concordar com a hipótese de eventual isolamento social. Vou chamar os governadores e o Congresso Nacional. Vamos todos trabalhar juntos e vamos patrocinar a vacinação. O mantra que agora vale é unidos e vacinados’.

O sr. acha que é possível ele aceitar essa sugestão?

Se o presidente toma uma atitude dessa natureza, o povo se tranquiliza. Ele manda um sinal. O povo vai dizer: ‘Poxa, a União, presidente e governadores e o Congresso estão trabalhando em benefício da nossa saúde. Acho que ficaria muito bem para ele, presidente da República. Ficaria bem para os governadores. Ficaria bem para o Congresso. E ficaria bem para a saúde do País Eu acho que isso seria extremamente útil. Não dá para ignorar a pandemia, que está num ritmo e velocidade assustadores.

E a pandemia sem controle compromete a saúde e todos os outros setores…

Claro. Até por uma razão. Eu sempre digo, a economia pode ir mal nesse momento. Mas ela se recupera. A vida você não recupera. Vai embora e não volta. Dou sempre um exemplo. Quando assumi o governo, o PIB era negativo, em maio de 2016. Era menos 3,6%. Um ano e seis meses depois, em dezembro de 2017, estava em 1,3%. Acho que o grande combate, agora, é contra a pandemia. O pacto do unidos e vacinados pode produzir essa ideia de pacificação do País.

Pensa em procurar o presidente para apresentar essa ideia?

Veja bem, se ele me procurar, farei essa sugestão. Agora, não quero ser inoportuno. Se um dia for consultado, direi o que estou dizendo agora publicamente. E, com toda a franqueza, acho que é em benefício da governabilidade e do País.

Houve um fato novo com a decisão do ministro Edson Fachin de anular as condenações do ex-presidente Lula, o que o torna elegível. Como o sr. vê a possível entrada dele na corrida eleitoral?

Não gostaria de falar de um tema que diz respeito a 2022 quando temos um 2021 gravíssimo. Eu acho que, neste momento, temos de cuidar 2021. Para responder um pouco lateralmente à pergunta, é evidente que, com o ex-presidente Lula elegível, a sensação que tenho é de que poderá vir a disputar a eleição. Agora, é muito cedo para saber qual é o quadro que vai se desenhar para 2022. Não podemos deixar que essas discussões contaminem negativamente essa unidade que é indispensável, agora, para o combate ao coronavírus.

O sr. fala de unidade e muito se discute sobre a dificuldade do centro em produzir uma candidatura consensual. Não seria o caso dessa candidatura estar sendo discutida já? Até no MDB?

Não se deve discutir isso agora. Com muita franqueza, se pudesse dar uma sugestão, diria ‘vamos deixar essa conversa para depois’ Não pode antecipar esse calendário. E você sabe que em política as coisas às vezes mudam de uma semana para a outra. Então, como é que o MDB, que sempre foi um partido muito ponderado, vai entrar, agora, numa discussão para saber quem é o candidato? Se vai ter candidato, se não vai ter. Quem deverá apoiar. Isso vai se definir lá para frente.

Ao contrário de Bolsonaro, o sr. enfrentou duas vezes pedidos de . Acredita que aqueles pedidos foram injustos?

Não só foram exagerados e políticos, como, judicialmente, estão sendo derrubados. O juiz de primeiro e de segundo grau estão derrubando as acusações. Foram dois pedidos de impeachment. E o Congresso não aprovou. E não aprovou porque não havia povo na rua.

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