Diante da insistência de Bolsonaro em defender o uso da hidroxicloroquina para tratar infectado por coronavírus, a campanha #JairNobeldaPaz tornou-se, no começo da tarde desta quinta-feira (9), o assunto mais relevante do brasileiro.

Às 12h30, a hashtag tinha mais de 40 mil menções, dividindo usuários entre os que defendem que o entusiasmo do presidente com a medicação é digno de um Nobel e os que ironizam a campanha promovida pelos bolsonaristas.

Usado no tratamento de doenças como o lúpus e malária a cloroquina tem sido assunto de debates acalorados no mundo todo. Vários membros da comunidade cientifica internacional afirmam que os efeitos colaterais da cloroquina são muito intensos e que não há estudos que comprovem sua eficácia contra o novo covid-19.

Na semana passada, o ministro da Saúde, , afirmou, após uma reunião com Bolsonaro, que foi pressionado por dois médicos a editar um protocolo de hicroxicloroquina para tratamento do novo coronavírus no Brasil por meio de decreto. Mandetta disse que recusou por falta de embasamento científico e recomendou que os profissionais procurassem o secretário de Ciência e Tecnologia da pasta, Denizar Vianna.

De lá pra cá, cogitou-se o desligamento de Mandetta do governo, devido às divergências entre o ministro e a retórica de Jair Bolsonaro contra o isolamento para conter os avanços da pandemia. Após muita especulação sobre possíveis substitutos e uma insistente propaganda de Bolsonaro pelo uso de cloroquina, Mandetta mudou o tom e passou a recomendar, nesta semana, o medicamento – inclusive para casos moderados de coronavírus.

O debate sobre o uso de cloroquina levou o primeiro-ministro da , Narendra Modi, a proibir a exportação do produto. A Índia é um dos maiores produtores de medicamentos do mundo. O governo afirma ter suspendido a exportação porque muitos países estavam estocando a cloroquina diante da pandemia de coronavírus, podendo deixar muitas pessoas que precisam sem o medicamento.

Como resultado, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump – que também é um defensor da cloroquina – disse que imporia sanções contra a Índia, caso a proibição de exportação não fosse suspensa. Na imprensa americana, discute-se o interesse de Trump na liberação da cloroquina, uma vez que assessores próximos ao presidente são acionistas da companhia que fabrica o medicamento, a francesa Sanofi.

Como resultado, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump – que também é um defensor da cloroquina – disse que imporia sanções contra a Índia, caso a proibição de exportação não fosse suspensa. Na imprensa americana, discute-se o interesse de Trump na liberação da cloroquina, uma vez que assessores próximos ao presidente são acionistas da companhia que fabrica o medicamento, a francesa Sanofi.