Após pronunciamento do presidente Bolsonaro sobre a saída de Sergio Moro do comando do ministério da Justiça, o ex-ministro afirmou em seu perfil no que a permanência do Diretor Geral da , Maurício Valeixo, não foi utilizada como moeda de troca para uma possível nomeação do próprio Moro como ministro do STF.

O presidente Jair Bolsonaro declarou que Moro condicionou à exoneração de Valeixo, a uma indicação para o Supremo Tribunal Federal (STF) em novembro. Moro era um dos cotados para vaga no STF, indicação que cabe ao presidente da República.

Segundo o Jornal Nacional, o ex-ministro mostrou a imagem de uma troca de mensagens com a deputada federal (PSL), aliada de primeira hora de Bolsonaro. Ela, inclusive, estava nesta sexta ao lado do presidente durante o pronunciamento. A deputada Carla Zambelli afirmou que não vai comentar a troca de mensagens.

A troca de mensagens foram publicadas pelo G1:

Carla Zambelli diz: “Por favor, ministro, aceite o Ramage”, numa referência a Alexandre Ramagem, diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Ramagem é um dos candidatos de Jair Bolsonaro para a Direção-Geral da Polícia Federal.

Parte da deputada a proposta para que Sergio Moro aceite a mudança na PF em troca da nomeação dele para o Supremo Tribunal Federal. “E vá em setembro pro STF”, enviou a deputada. “Eu me comprometo a ajudar”, acrescentou. “A fazer JB prometer”, completou.

Sergio Moro, então, rechaça a proposta: “Prezada, não estou à venda”. Carla Zambelli, então, continua a argumentar: “Ministro, por favor, milhões de brasileiros vão se desfazer”.

Em seguida, ela responde à mensagem de Moro de que não estaria à venda. “Eu sei”, diz. “Por Deus, eu sei”, acrescenta. “Se existe alguém que não está à verba é o senhor”. A palavra “verba”, neste caso, parece ser “venda”, com erro de digitação.

Moro finaliza a conversa dizendo: “Vamos aguardar, já há pessoas conversando lá”. Segundo o ex-ministro, era uma referência à tentativa de aliados de convencer o presidente a mudar de ideia.

Valeixo foi exonerado nesta sexta-feira, 24, levando Moro a pedir demissão e acusar Bolsonaro de tentar interferir politicamente no comando da Polícia Federal para obter acesso a informações sigilosas e relatórios de inteligência.