A polícia legislativa do Senado barrou a entrada de agentes da , nesta terça-feira (21), que tentavam cumprir mandados no gabinete do senador (-SP), investigado por suposto caixa dois de R$ 5 milhões na campanha de 2014, quando foi eleito ao cargo que ocupa hoje.

Mais cedo, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP) apresentou ao Supremo Tribunal (STF) uma reclamação contra a decisão proferida pelo juiz da 1ª Zona Eleitoral de São Paulo, que deferiu a medida cautelar no gabinete do tucano.

De acordo com interlocutores ouvidos pela CNN, Alcolumbre só pretende autorizar a entrada dos agentes no gabinete de Serra após o Supremo se pronunciar sobre a reclamação. A decisão caberá ao presidente da corte, ministro Dias Toffoli, que toma as decisões mais urgentes da corte durante o recesso do Judiciário.

Alcolumbre autorizou que os policiais federais permanecessem no prédio da Casa até que o STF se pronuncie sobre o assunto. Os agentes teriam se mostraram dispostos a aguardar a decisão da corte para que possam cumprir os mandados no gabinete, de acordo com fontes próximas ao assunto.

De acordo com o Ministério Público de São Paulo, o inquérito foi remetido à primeira instância da Justiça Eleitoral de São Paulo pelo STF em 2019, com a colaboração espontânea de pessoas que teriam sido contratadas em 2014 para estruturar e operacionalizar os pagamentos de caixa dois – “efetuados supostamente a mando de acionista controlador de importante grupo empresarial do ramo da comercialização de planos de saúde”.

Serra faz tratamento para um câncer diagnosticado há alguns meses e se encontra no interior de SP, em “endereço já entregue às autoridades”. Em nota, ele se disse surpreendido com a operação e disse lamentar.  “A decisão da Justiça Eleitoral é baseada em fatos antigos e em investigação até então desconhecida do senador e de sua defesa, na qual, ressalte-se, José Serra jamais foi ouvido”, diz o comunicado.

“José Serra lamenta a espetacularização que tem permeado ações deste tipo no país, reforça que jamais recebeu vantagens indevidas ao longo dos seus 40 anos de vida pública e sempre pautou sua carreira política na lisura e austeridade em relação aos gastos públicos”, conclui o texto.