Após os hospitais, prontos socorros e Unidades Básicas de Saúde, agora os médicos do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) de Manaus (AM) estão sendo obrigados a fazer a dura escolha de decidir quem vive e quem morre na cidade de quase 2 milhões de habitantes duramente afetada pelo novo coronavírus.

Sem capacidade para atender todos os chamados e sem local adequado para levar pacientes graves por conta da lotação dos leitos de UTI, profissionais do serviço passaram a adotar no dia a dia protocolos de atendimento usados apenas em situações extremas, como nos casos de acidentes graves com múltiplas vítimas.

A prioridade agora é dada àqueles que tem mais chance de sobreviver e não aos que estão em estado mais grave. “É como uma guerra, preciso focar meus esforços em quem tem melhores condições de evoluir bem e reduzir meus esforços para aqueles que tem poucas chances de vida”, conta Domício Melo de Magalhães, diretor médico do Samu de Manaus. “É triste, mas é assim que está sendo”.

Segundo entrevista dada ao Portal Yahoo, Domício afirma que desde que os casos de Covid-19, o novo Coronavírus, começaram na Capital, o Samu adotou novas diretrizes na sua central de regulação, a área onde médicos treinados definem quando e qual tipo de atendimento será feito. “Se a pessoa consegue falar, não mandamos mais ambulâncias”, afirma. “Estamos tentando concentrar nosso efetivo para atender aqueles que estão em situação muito crítica, com falta de ar extrema, em que se nada for feito, a pessoa morrerá”.