Depois de publicar vídeo com apologia ao e discurso copiada de Joseph Goebbels, o secretário especial de Cultura, Roberto Alvim, acaba de ser demitido do governo Jair Bolsonaro. A situação de Alvim ficou “insustentável” com a divulgação do vídeo em que ele copia um trecho do discurso do ministro da Propagada do Nazismo, Joseph Goebbels. O anúncio deve ser feito nas próximas horas, mas o Planalto não deve entrar em detalhes sobre os motivos, já que a declaração gerou muito desconforto na cúpula e entre apoiadores do governo – especialmente entre representantes de e a bancada evangélica. As informações são da Revista Fórum.

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Alvim, que foi alçado à Secretário especial de Cultura no fim de outubro, divulgou uma nota na manhã desta sexta-feira (17) em sua conta particular no dizendo que foi “apenas uma coincidência retórica” o uso de uma frase de Goebbels no vídeo publicado no perfil oficial da secretaria na noite desta quinta-feira (16).

“Não há nada de errado com a frase. Todo o discurso foi baseado num ideal nacionalista para a Arte brasileira, e houve uma coincidência com UMA frase de um discurso de Goebbles. Não o citei e jamais o faria. Foi, como eu disse, uma coincidência retórica. Mas, a frase em si é perfeita: heroísmo e aspirações do povo é o que queremos verna Arte nacional”, escreveu.

O objetivo do vídeo era divulgar o Prêmio Nacional das Artes, apresentado horas antes em live com a participação do próprio presidente. Um dos trechos foi destacado diretamente do discurso do ministro nazista.

Compare abaixo os dois discursos:

“A arte alemã da próxima década será heroica, será ferreamente romântica, será objetiva e livre de sentimentalismo, será nacional com grande páthos e igualmente imperativa e vinculante, ou então não será nada”, disse Goebbels em pronunciamento para diretores de teatro, de acordo com o livro “Goebbels: a Biography”, de Peter Longerich.

“A arte brasileira da próxima década será heroica e será nacional. Será dotada de grande capacidade de envolvimento emocional e será igualmente imperativa, posto que profundamente vinculada às aspirações urgentes de nosso povo, ou então não será nada”, afirmou Alvim no seu vídeo.

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Forma e conteúdo
Não só a fala, como também a estética do vídeo, o tom de voz e a aparência do secretário, além do vocabulário e da trilha também fizeram várias personalidades compararem a divulgação à propaganda nazista.

A de fundo usada por Alvim é um trecho da ópera “Lohengrin”, de Richard Wagner, uma obra que Hitler contou em sua autobiografia ter sido decisiva em sua vida

Repercussão

O vídeo com elementos nazistas foi rechaçado até mesmo por conservadores extremos, como o guru Olavo de Carvalho, um dos responsáveis pela doutrinação de Alvim. Olavo disse que o vídeo sinalizaria que o secretário estaria ficando maluco.

Josias Teófilo, cineasta olavista que foi confidente de Alvim, foi o primeiro a defender a demissão do ex-colega, com quem rompeu em dezembro. “Esse vídeo é assustador”, declarou.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) pediu a exoneração imediata de Alvim e o deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) anunciou que pedirá o indiciamento do ex-secretário pelo de apologia ao nazismo.