O contratou uma empresa que classificou jornalistas como “detratores” em uma avaliação feita de postagens de influenciadores sobre o e o ministro Paulo Guedes.

A lista foi revelada pelo Rubens Valente, do UOL, e mostra que o relatório separou os nomes em três grupos: os “detratores” do governo Bolsonaro, do Ministério da Economia e/ou do ministro Paulo Guedes, os “neutros informativos” e os “favoráveis”. No relatório, a empresa orienta o governo a lidar com os influenciadores. As medidas vão de esclarecimentos ao “monitoramento preventivo”.

Intitulado de “Mapa de influenciadores”, o relatório analisou postagens feitas em maio de 2020 sobre Guedes e seu ministério. Entre os classificados como “detratores” estão a colunista do Estadão e apresentadora do Roda Viva, da TV Cultura, Vera Magalhães, Guga Chacra, Xico Sá, e Cynara Menezes.

A BR+ Comunicação, paga para fazer o monitoramento, tem contrato com o Ministério da Ciência e Tecnologia, que é aproveitado pelo Ministério da Economia por meio de um Termo de Execução Descentralizada de junho de 2020, no valor total de R$ 2,7 milhões, que inclui outros serviços de comunicação.

O Ministério da Economia foi procurado pela reportagem, mas não se manifestou.

Em nota, a BR+ Comunicação afirmou que o uso termo “detrator”, costumeiramente utilizado para se referir a traidores da pátria, “foi um erro de processo, já corrigido pela empresa”. “Nosso padrão de monitoramento, que é uma técnica comum e utilizada por todas as assessorias, utiliza as expressões ‘Negativo’, ‘Positivo’ e ‘Neutro’. Pedimos desculpas ao cliente e aos influenciadores pelo mal entendido, que, reiteramos, já foi sanado”, diz a nota.