Pular para o conteúdo
Brasil

PL que libera exploração de terras indígenas só permite veto de índios a garimpo

Os indígenas não terão poder de vetar o desenvolvimento de atividades como mineração, produção de petróleo e gás e geração de energia elétrica em suas terras. Pelo texto do projeto de lei que será enviado pelo governo ao Congresso sobre o tema, as comunidades somente poderão impedir o desenvolvimento de garimpo por não-indígenas em suas […]
Arquivo -
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Os indígenas não terão poder de vetar o desenvolvimento de atividades como mineração, produção de petróleo e gás e geração de energia elétrica em suas terras. Pelo texto do projeto de lei que será enviado pelo governo ao Congresso sobre o tema, as comunidades somente poderão impedir o desenvolvimento de garimpo por não-indígenas em suas comunidades.

“No que concerne ao garimpo, a atividade do não- em terá que ter consentimento dos índios. Com relação às outras atividades de mineração, exploração hidrelétrica de petróleo e gás, eles vão ter que ser ouvidos. Obviamente vai buscar-se o consenso das comunidades”, disse o chefe da assessoria de Acompanhamento de Políticas, Estratégias e Desempenhos Setoriais do Ministério de Minas e Energia (MME), Roberto Klein.

Segundo ele, a Constituição não prevê poder de veto para indígenas, mas garante que eles sejam consultados. O projeto de lei visa regulamentar o artigo 231 da Constituição, que prevê a possibilidade de exploração de atividades econômicas por indígenas, desde que eles sejam ouvidos e possam ser remunerados com parte da produção.

“A Constituição não prevê poder de veto para os índios. Ou seja, ela prevê sim a consulta à comunidade. Com relação a este poder de veto na atividade de garimpo, o governo achou por bem colocar este consentimento para esta atividade quando proferida por não-índios”, disse.

Questionado sobre se será possível desenvolver atividades econômicas em terras indígenas contra a vontade das comunidades, Klein respondeu que “muito provavelmente não”. “Como falei anteriormente, a gente, nas consultas às comunidades, que vão ser feitas dentro de requisitos pré-estabelecidos, na linguagem deles, lá onde eles residem, dará toda possibilidade de eles discutirem a matéria e buscar o consenso.”

A secretária-executiva do MME, Marisete Pereira, citou como exemplo o linhão – Boa Vista, que foi leiloado em 2011, mas nunca saiu do papel por falta de acordo com os indígenas da comunidade waimiri atroari. Isso, segundo ela, mostra que o governo não pretende passar por cima da vontade dos indígenas, mas sim buscar um consenso com os envolvidos.

“Foram 30 anos para que de fato isso acontecesse. Agora a sociedade terá oportunidade de debater. O Executivo teve coragem de debater depois de tanto tempo essa regulamentação tão necessária”, disse Pereira, sobre o projeto. “Isso inclui também os indígenas, buscando uma forma para que todos possam dispor, de fato, das riquezas do País.”

O secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Luiz Pontel, afirmou que o projeto de lei trará segurança jurídica não apenas aos índios, mas para as pessoas com interesse naquelas locais. Segundo ele, são “áreas conflituosas”. “O projeto é uma oportunidade de o Congresso discutir democraticamente e deliberar da melhor forma”, disse.

O texto também regulamenta o pagamento de participação no resultado da lavra e da geração de energia elétrica e de indenização pela restrição ao uso da terra aos indígenas. Também cria regras para que eles explorem economicamente as suas terras Hoje, o governo não informou como o pagamento de royalties vai funcionar, nem como a compensação será calculada.

Segundo apresentação disponibilizada pela Casa Civil, as comunidades indígenas serão consultadas sobre a exploração em suas terras de minerais ou recursos hídricos. A opinião, no entanto, pode ser contrariada pelo presidente, que encaminha ao Congresso o pedido para a exploração das terras.

A opinião da comunidade indígena será decisiva apenas para permitir ou não a garimpagem em suas terras por não-indígenas. A oitiva dos indígenas será conduzida por “órgão ou entidade responsável pela realização do estudo técnico prévio, com apoio técnico e supervisão da Funai”, informou a Casa Civil.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Grêmio se garante nos playoffs e Vasco se complica na Copa Sul-Americana

Preso assaltante que espancou e roubou idoso em Três Lagoas

Fortaleza só empata com o Bucaramanga e adia classificação na Libertadores

Pane deixou sistemas do Governo do Estado indisponíveis nesta terça

Notícias mais lidas agora

Barroso dá ‘puxão de orelha’ e mantém ação de R$ 500 milhões contra o Consórcio Guaicurus

Na presença de acusado, testemunhas são ouvidas em caso de corredora atropelada em Campo Grande

Namorado é preso suspeito de feminicídio após mulher desaparecer em rio de MS

PGR pede ao STF que condene os irmãos Brazão pelo assassinato de Marielle

Últimas Notícias

Brasil

Lula confirma presença em velório de Pepe Mujica

Ainda na China, onde cumpre visita oficial, o presidente concedeu uma entrevista coletiva

Trânsito

Motorista fica ferido em tombamento de carregada com gado na MS-436

O motorista foi socorrido com ferimentos graves ao hospital

Brasil

País passa a contar com selos de rastreabilidade de plásticos

Os selos se baseiam na plataforma Recircula Brasil

Polícia

Motorista por aplicativo que expôs adolescente na internet é condenado a pagar indenização

Motorista publicou nas redes sociais a imagem da adolescente