O pesquisador da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) e médico infectologista Júlio Croda afirmou nesta terça-feira (29), em entrevista a Globo News, que não vê sentido nas exigências da Anvisa (Agência Nacional de ) para avaliar a aprovação emergencial de vacinas contra Covid-19.

“Não tem sentido nenhum, ainda mais que a gente tem duas agências que são até superiores em termos de avaliação do que a Anvisa, o FDA (A “anvisa” dos EUA) e a agência europeia, aprovando isso, a agência do também”, afirmou Croda.

O pesquisador se refere à da Pfizer, que já está sendo aplicada no Reino Unido. “Não tem nenhum sentido essa vacina da Pfizer não ser aprovada pela Anvisa e as exigências serem superiores a essas outras agências”, reforçou.

O pesquisador também criticou afirmação do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), de que os laboratórios é que teriam que procurar os governos para venderem as vacinas. Croda também afrmou que faltou planejamento do Governo Federal para garantir doses suficientes para início da imunização. A Pfizer, por exemplo, tentará registro da vacina, porém, Croda ressaltou que não haverá quantitativo suficiente para o Brasil.

“A previsão, que está no próprio plano nacional [de vacinação], é de 8,5 milhões de doses. Não dá nem para a gente terminar a fase 1 do nosso plano de vacinação”, afirmou o pesquisador. “Infelizmente, o Brasil errou lá no passado, não fez nenhum termo de cooperação com outras empresas. Vamos ter uma falta de vacinas para os países pobres, para a África, Ásia e alguns países da América do Sul como o Brasil. A gente colocou nossas esperanças em duas vacinas”, concluiu.