A crise aberta no Supremo Tribunal Federal (STF) na esteira do pedido de reserva de vacinas contra a covid-19 para imunizar ministros e servidores ganhou um novo capítulo. Após as dirigidas por integrantes da Corte ao presidente pela demissão do médico Marco Polo Freitas do cargo de secretário de Serviços Integrados de Saúde, o alvo da vez é o clipping que circulou no tribunal na última quarta-feira, 30.

O documento é distribuído diariamente pela Secretaria de Comunicação e funciona como um compilado com a reprodução das notícias emplacadas nas machetes dos principais jornais do País. O problema, na avaliação do ministro Marco Aurélio Mello, foi a ausência de duas reportagens com chamadas na capa do Estadão e da Folha de S. Paulo intituladas, respectivamente, ‘Demissão de médico gera atritos para Fux no STF' e ‘Médico do STF contesta versão de Fux sobre vacinas'.

O decano pede a Fux que sejam cobrados esclarecimentos do serviço de comunicação. “Ante os ares democráticos vivenciados, somente cabe atribuir a omissão a falha ao reproduzir-se o teor das notícias”, escreveu Marco Aurélio.

Nos bastidores, a do médico foi interpretada como uma tentativa de achar um ‘bode expiatório' para acalmar a opinião pública. Após a demissão, Freitas afirmou que nunca realizou ‘nenhum ato administrativo sem ciência e anuência' de seus superiores hierárquicos.