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Brasil

Juros fecham em alta com piora do humor externo e risco fiscal e político

A aversão ao risco se acentuou à tarde, sustentando elevado nível de inclinação da curva de juros. As taxas longas ampliaram a alta para até 30 pontos-base e as curtas, que recuavam pela manhã, não resistiram em baixa e passaram a exibir viés de alta, contaminadas pelo dólar que, na etapa vespertina, rompeu a casa […]
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A aversão ao risco se acentuou à tarde, sustentando elevado nível de inclinação da curva de juros. As taxas longas ampliaram a alta para até 30 pontos-base e as curtas, que recuavam pela manhã, não resistiram em baixa e passaram a exibir viés de alta, contaminadas pelo dólar que, na etapa vespertina, rompeu a casa dos R$ 5,27 nas máximas do dia. Com isso, as apostas de corte de 0,50 ponto porcentual na no de maio, que na primeira etapa chegaram perto de 80% na precificação da curva, arrefeceram para 50% no fim do dia. Os vencimentos longos foram penalizados pelo aumento do pessimismo com o impacto do coronavírus na economia, após declarações vistas como preocupantes de autoridades pelo mundo, com piora ainda da percepção de risco fiscal e político.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 fechou em 3,25%, de 3,233% ontem no ajuste, e a do DI para janeiro de 2022 subiu de 4,051% para 4,21%. O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 7,73%, de 7,482%.

A agenda de indicadores, com dados surpreendentemente positivos da indústria e comércio exterior, foi ofuscada pela tensão com o espalhamento do surto, o que nubla os cenários sobre por quanto tempo mais as sociedades terão de ficar em isolamento social, com comércio e serviços praticamente parados. Nesse quadro, o investidor acaba fugindo para a segurança do dólar e dos títulos americanos, cujos rendimentos hoje voltaram a derreter.

Nos DIs curtos, as apostas de corte de 0,50 ponto da Selic chegaram perto de 80% pela manhã, mas à tarde refluíram para 50%, com os outros 50% de possibilidade de queda de 0,25 ponto e o mercado voltando a ficar dividido sobre a magnitude do alívio monetário. “Todo dia o noticiário sobre o coronavírus piora e quanto mais deflacionário o quadro, mais aumenta a chance de corte maior”, disse o estrategista de Mercados da Harrison Investimentos Renan Sujii. A chance de reunião extraordinária do Copom, diz, segue no radar.

Para Sujii, faz sentido a ponta longa inclinar em função do aumento do risco de colapso fiscal e crise política. “É possível que o governo tenha de anunciar ainda mais medidas para fazer frente à epidemia”, afirmou. Segundo o ministro Paulo Guedes, o que já foi anunciado é da ordem de 2,6% do PIB.

A postura do presidente Jair Bolsonaro, em meio a conflitos com governadores e desalinhada das recomendações das autoridades de saúde com relação à necessidade de isolamento, também traz desconforto aos agentes, na medida em que dificulta o processo de liberação das medidas e, mais adiante, pode ameaçar a agenda de retomada de reformas no pós-crise. “A falta de confiança em Bolsonaro é grande e crescente dentro da classe política e na sociedade civil, visto a natureza extremamente imprevisível e beligerante do presidente”, afirmam economistas da Renascença DTVM.

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