Pular para o conteúdo
Brasil

‘Gestão muito confusa’, diz presidente do conselho de secretários sobre Saúde

Recém-eleito presidente do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass), Carlos Lula avalia que o Ministério da Saúde adotou um mau caminho até agora no combate ao novo coronavírus. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, ele disse que é preciso construir saídas em conjunto e que o ministro interino, general Eduardo […]
Arquivo -
Recém-eleito presidente do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Saúde (Conass), Carlos Lula avalia que o Ministério da Saúde adotou um mau caminho até agora no combate ao novo coronavírus. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, ele disse que é preciso construir saídas em conjunto e que o ministro interino, general Eduardo Pazuello, se colocou à disposição para fazer avaliações constantes do cenário nos Estados.

“É uma gestão muito confusa. Óbvio que a gente tem condição social difícil que é perfeita para a disseminação do vírus. A gente sabia que a chegada da doença seria avassaladora no País, mas não é justificativa para se fazer o que se fez até agora”, afirmou Lula, secretário de Saúde do Maranhão. “A caminhada até aqui foi muito ruim”, resumiu.

Em artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo em 27 de maio, Carlos Lula já havia afirmado que a capacidade de coordenação da União, principalmente para implementação de políticas públicas, “revelou-se um desastre” e com “uma sucessão de deslizes e tropeços”.

Naquela ocasião, o já tinha perdido dois ministros da Saúde, os médicos Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. O primeiro foi demitido e o segundo pediu demissão, mas o motivo era o mesmo: divergências com o presidente Jair Bolsonaro sobre a medidas de distanciamento social adotadas nos Estados e uso da para o tratamento da , sendo que não há sólida comprovação científica para isso.

“A gente quer tomar outro rumo, estamos trabalhando com o Ministério da Saúde para ter coordenação nacional junto com Estados e municípios e apontar caminhos, soluções”, disse Carlos Lula nesta segunda-feira, 6. Ele disse que, nas últimas semanas, as ações da pasta melhoraram e que o Conass tem tido um pouco mais de apoio, mas que há uma tentativa de melhorar. “Pazuello se colocou à disposição, disse que faz questão, semanalmente, de conversar para que possa fazer avaliações constantes e apontar caminhos.”

Compra federal de remédios é demanda

Uma das demandas mais recentes do conselho foi para que o ministério atuasse na aquisição de medicamentos utilizados para a intubação de pessoas com quadro grave da covid-19. Os Estados estão enfrentando a falta de sedativos e relaxantes musculares, por exemplo, essenciais para manter o paciente em ventilação mecânica e sem os quais o risco de morrer aumenta.

“A gente vem gritando há mais ou menos um mês e tem tentado fazer reuniões diárias para analisar o abastecimento por Estado e aí encontrou solução conjunta para fazer pregão”, comentou o presidente do Conass.

O processo de pregão via Sistema de Registro de Preços é uma das ações que o Ministério da Saúde anunciou há uma semana para tentar resolver o problema.

Segundo Carlos Lula, que se reuniu com Pazuello nessa segunda, o pregão deve ocorrer na próxima semana e os Estados têm até sexta-feira, 10, para aderir. “[O ministério] iria fazer aquisição de 10% da ata para distribuir aos Estados, daria 6 dias. Estamos propondo 50% da aquisição, que daria 30 dias, pelo menos, de abastecimento aos Estados”, contou ele.

As outras duas apostas do governo são a requisição administrativa e uma cotação internacional por meio da Organização Panamericana de Saúde (Opas), braço da Organização Mundial da Saúde, mas Lula avalia que elas não resolvem o desabastecimento de imediato. “A requisição administrativa está acontecendo, mas o valor é bem pequeno”, disse. “A Opas se compromete, mas vai ser para estoque estratégico de reservas. O que vai resolver mesmo é o pregão da semana que vem.”

Na reunião com Pazuello, o novo presidente do Conass disse que fez mais dois apelos à pasta: que ela faça um intermédio em compras no exterior que foram frustradas e que se consolide uma câmara de conciliação para evitar judicialização desnecessária relativa à crise de saúde.

Ele afirmou que ao menos metade dos Estados do País teve problema com empresas que deram calote ou materiais que não chegaram, por exemplo. Os itens comprados vão desde medicamentos até equipamentos de proteção individual e respiradores.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Fã de Ozzy Osbourne deu nome do cantor a filho nascido em Campo Grande

Um guia para iniciantes sobre RTP em cassinos online

VÍDEO: Ao sacar dinheiro, idosa cai no golpe do ‘chupa-cabra’ na Vila Bandeirantes

enem

Enem 2025: Mato Grosso do Sul tem 57 mil candidatos inscritos no exame

Notícias mais lidas agora

MS alega na Justiça que chineses receberam incentivos para megaindústria, mas abandonaram área

Tarifaço dos EUA: Nelsinho Trad diz que comitiva não tem prerrogativa para negociar

TAMANDUA ENFRENTA ONÇAS NO PANTANAL

Desfecho impensável: tamanduá se recusa a virar comida e enfrenta 3 onças no Pantanal

Condenada por matar rival a facadas é presa no Buriti em Campo Grande

Últimas Notícias

Cotidiano

Ministério anuncia R$ 2 milhões para levar água à indígenas em Dourados

Assinatura do Termo de Execução com a UFGD aconteceu durante o Seminário Nacional nesta quarta

Conteúdo de Marca

Como usar o ChatGPT e a inteligência artificial para analisar dados e apostar com mais estratégia

O avanço da inteligência artificial (IA) abriu um novo capítulo no universo das apostas esportivas.

Política

Direita realiza adesivaço pró-Bolsonaro na Afonso Pena com pedidos de Fora Lula e Moraes

Manifestações acontecem depois que Jair Bolsonaro passou a usar tornozeleira eletrônica e cumprir toque de recolher

Cotidiano

Novo Pac destinará R$ 87 milhões para a saúde em Mato Grosso do Sul

Com o recurso, o estado garantirá 279 novas obras, veículos e equipamentos