Pular para o conteúdo
Brasil

Fux diz ser ‘lamentável desvios com gente morrendo nos hospitais; não tem perdão’

O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luiz Fux, ressaltou em palestra realizada na manhã desta sexta, 11, na Academia da Polícia Federal em Brasília, como a corrupção tem ‘efeitos trágicos’ sob o ângulo social, citando como exemplo o fato ‘lamentável’ de que, em meio a pandemia do novo coronavírus, tenha havido desvios na compra […]
Arquivo -
O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Luiz Fux, ressaltou em palestra realizada na manhã desta sexta, 11, na Academia da Polícia Federal em , como a corrupção tem ‘efeitos trágicos’ sob o ângulo social, citando como exemplo o fato ‘lamentável’ de que, em meio a do novo , tenha havido desvios na compra de equipamentos como respiradores, enquanto pessoas morrem nos hospitais.

“Os donos do poder receberam dinheiro para comprar equipamentos e compraram equipamentos inúteis, desviaram esse dinheiro. Isso não tem perdão. Não pode ter nenhum tipo de leniência, absolutamente”, frisou o ministro.

A declaração foi dada na presença de quase 300 futuros delegados e peritos, sendo que o Diretor-geral da Polícia Federal, Rolando Alexandre Souza, também participava do evento. “Cada ato de corrupção é uma criança sem merenda, um hospital sem leito, é impor ao trabalhador a sobrevivência no limite do que uma pessoa pode viver”, ressaltou Fux em outro momento de sua fala.

Na palestra, o presidente do Supremo também frisou que não se pode permitir a desconstrução da operação Lava Jato, a qual classificou como ‘exitosa’, citando ainda ‘estratégias de primeiro mundo’ usadas nas investigações, como delações premiadas, agentes infiltrados, interceptação telefônica, gravações ambientais.

Segundo Fux, é necessário estuda o que aconteceu depois da Operação Mãos Limpas – ofensiva deflagrada na Itália nos anos 1990 – para evitar uma desconstrução da Lava Jato, com ‘leis e jurisprudências facilitarias’ e ‘inconstitucionalidade de meios importantíssimos’.

Nessa linha, o atual presidente do Supremo chegou até a citar a condução coercitiva – proibida pelo Supremo em 2018. “A condução coercitiva pode se imaginar que isso seja uma medida ultrabruta a luz dos direitos humanos, mas para que serve? Para sair carregando o sujeito para ele confessar? Não. É para ele evitar que ele combine ações. E mais o conduzido tem o direito de levar o e usar o direito ao silêncio”, registrou Fux, que no julgamento realizado há dois anos, votou pela legalidade da medida.

A fala de Fux ainda contou com diferentes menções aos direitos humanos, considerando que o tema foi celebrado internacionalmente nesta quinta, 10. No início de sua palestra, o ministro frisou que o assunto é ligado ‘umbilicalmente’ à corrupção.

O presidente do Supremo frisou que a Constituição Federal garante ‘uma sociedade justa e solidaria com erradicação de qualquer desigualdade’ e frisou a importância da proteção dos direitos humanos, mas ponderou que não se pode esquecer da ‘proteção da vítima’: “e quando a vítima é o Estado, o Estado tem o direito de impor a sua ordem penal. Não se pode analisar só sobre a ótica do criminoso, que ele tem direitos humanos, dignidade, integridade. Isso está certo. Mas temos que ver que o Estado tem o direito fundamental de impor sua ordem criminal”, registrou.

O ministro também disse aos futuros delegados e peritos que a Constituição tem como princípios dos agentes que atuam em nome da administração pública, a moralidade. “O Brasil é um pais promete como ideário da nação, ética, moralidade e legalidade. Vivemos num estado democrático de direito, o que significa que o governo do povo pelo povo e para o povo”, afirmou.

Compartilhe

Notícias mais buscadas agora

Saiba mais

Dourados sorteia comerciantes para espaço gastronômico da Festa Junina

Pela primeira vez, Banho de São João em Corumbá será decorado por carnavalescos

Prefeita tenta usar advogado contratado pelo município para defesa pessoal em investigação por autopromoção

Perícia mostra que ‘rato’ encontrado em fralda de bebê era pedaço de plástico

Notícias mais lidas agora

Consórcio Guaicurus tenta reduzir multa de R$ 150 mil por ônibus lotados na pandemia

Com 100% de reprovação, MPMS gasta R$ 24 milhões para promotores acumularem funções

Acusado de esconder R$ 800 mil em colchão, Cezário diz à Justiça que está ‘quebrado’

Vazamento de combustível em carreta interdita rua no Nova Campo Grande

Últimas Notícias

Cotidiano

Acidente deixa trânsito lento em cruzamento da Avenida Coronel Antonino

Caminhonete ficou com a frente danificada na colisão

Polícia

Indígenas de Amambai protestam contra prisões de lideranças da Aldeia Limão Verde

Manifestações acontecem nesta sexta-feira às margens da rodovia MS-156

Brasil

STF mantém condenação de Zambelli por invasão aos sistemas do CNJ

Sentença prevê uma pena de 10 anos de reclusão, em regime inicial fechado

Cotidiano

Com cesta básica a R$ 789,42, alimentos básicos consomem 56% da renda do trabalhador em Campo Grande

Para um trabalhador que ganha um salário mínimo são necessários 14 dias de trabalho para comprar uma cesta básica