A deputada federal Flordelis (PSD-RJ) foi considerada, pela Polícia Civil do RJ e Ministério Público, autora intelectual da morte do marido e pastor Anderson do Carmo, morto com mais de 30 tiros em junho de 2019. Segundo as investigações, antes de mata-lo, ela teria envenenado o marido com doses de arsênico, em maio de 2018.

Durante entrevista coletiva da Operação Lucas 12, o delegado Allan Duarte, um dos responsáveis pela investigação, afirmou que Flordelis “além de arquitetar todo o plano, financiou a compra da arma, convenceu pessoas a realizar o crime, avisou sobre a chegada da vítima ao local e tentou ocultar provas”. Duarte ainda esclareceu que “não restam dúvidas de que ela foi a autora intelectual, a grande cabeça desse crime”.

Envenenamento

A investigação também apontou que Flordelis envenenava a comida do marido colocando doses de arsênico no alimento. A substância pode causar aumento no risco de várias formas de câncer e efeitos como doenças na pele, gastro-intestinais, vasculares, melitus e doenças no cérebro.

Conforme explicou o promotor Sérgio Luiz Lopes Pereira, do (Grupo de Atuação Especializada e Combate ao ), do Ministério Público, a deputada teria afirmado que não poderia se separar do pastor. “Quando ela fala com um dos filhos sobre os planos de matar Anderson, ela disse: ‘Fazer o quê? Se eu separar dele, vou escandalizar o nome de Deus'”, afirmou.

Sérgio Luiz ainda explica que, entre 2018 e 2019, Anderson chegou a ser levado diversas vezes para o hospital, mas as causas nunca foram identificadas como envenenamento. “Até 2019, ele teve várias passagens na emergência de hospitais de Niterói, com diarreia, vômitos, sudorese, e se tratando como se fossem outras coisas”, explicou o promotor.

O que diz a defesa

Segundo o advogado da deputada, Anderson Rollemberg, a prisão de Flordelis foi uma surpresa e é considerada um engano. “A defesa foi surpreendida com essas prisões preventivas das cinco filhas da deputada e da neta. A primeira fase da investigação passou longe de qualquer prova que a apontasse como mandante. Ela é cantora gospel, líder religiosa e parlamentar federal. A questão dela sempre foi dar o melhor para os necessitados”, justificou.

A deputada federal está proibida de sair do país, trocar de cidade residencial ou ter contato com outros investigados na Operação. A determinação é da juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce. “Afastada a possibilidade do decreto prisional por força da imunidade constitucional, resta a possibilidade de decretação de medidas cautelares diversas da prisão, que igualmente visam a resguardar a ordem pública e garantir a conveniência à instrução criminal, de forma a garantir a regularidade do processo”, diz a decisão.

(Com informações do portal de notícias G1)